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Enfermeiros de Campo Largo protestam por piso salarial

Antiga reivindicação da Enfermagem é motivo de protesto nacional na próxima sexta (09)

Enfermeiros de Campo Largo  protestam por piso salarial

Foto: Mateus Vieira

No momento em que era realizado o desfile de Sete de Setembro na Avenida Centenário, acontecia uma manifestação de enfermeiros em Campo Largo. O grande grupo de profissionais estava concentrado na Praça Getúlio Vargas e depois saíram com cartazes e nariz de palhaço pelo Calçadão da Rua XV de Novembro até chegar na Praça da Igreja Matriz e então retornaram à Praça do Museu.

O protesto foi em apoio a uma ação nacional de profissionais da Enfermagem “para fazer valor o Piso Salarial Nacional da categoria, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República e que, agora, sofre ataques do setor patronal” – conforme divulga o Sindicato da classe.

A remuneração para os enfermeiros ficou estabelecida em R$ 4.750 de piso salarial. Os técnicos de Enfermagem devem receber ao menos 70% desse valor. Auxiliares de enfermagem e parteiras teria ficado estipulado em 50% desse valor. Mas a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde) e outras sete entidades ingressaram com ação para inviabilizar a norma, devido à ausência de uma fonte de recursos para o custeio dos novos salários.

Segundo o enfermeiro Francys Henrique do Carmo, presente na ação, esta é uma reivindicação de muitos anos da Enfermagem e querem um piso salarial, pois os salários estão muito defasados e há desigualdade de remuneração em todo o País. “Foi imoral aceitar o julgamento na véspera do pagamento no domingo, o que fez com que a Enfermagem perdesse o brilho de receber o salário justo depois de 20 anos.  Nós trabalhamos sob pressão, jornadas exaustivas, a maioria com dois ou três empregos para completar renda. A gente trabalha cansado, esse salário era a chance de independência da enfermagem ficar com um emprego só, diminuir essa jornada de trabalho. É também uma lei que valoriza as mulheres, as minorias. Trabalhamos sem condições no meio de uma Guerra e agora que a Guerra acabou esqueceram os heróis. Vamos ter que esperar uma nova pandemia para que lembrem dos profissionais da linha de frente?”, declara.

Francys também argumenta que foi analisada a constitucionalidade e apontadas as fontes de financiamento e questiona o porquê de uma decisão monocrática ter a suspensão da Lei. “Vai contra a constituição e nos deixa inseguros. Por aí nós estamos desacreditando e neste momento estamos reivindicando o pão de cada dia. Se nós tivemos coragem de enfrentar a morte para defender a vida de pessoas que não conhecemos, vamos ter coragem de lutar pelos direitos dos nossos com a mesma garra e mesma coragem. Estão nos pressionando num ponto de ruptura. Nós somos essenciais. Se a enfermagem para é um caos na Saúde. Não estamos pedindo um real a mais do que está garantido na Lei. Vamos impactar apenas 2% do orçamento das instituições privadas”, frisou, falando do quanto é importante o apoio da sociedade pra resolver essa questão.

Manifestação Nacional
Nesta sexta-feira (09), às 11h, serão realizadas em todo o Brasil ações de manifestação. Em Curitiba, será feita uma concentração na Praça em frente ao Hospital Evangélico Mackenzie.

O Sindesc divulgou que “o Brasil inteiro estará concentrado em mobilização para demonstrar a força da enfermagem e sua insatisfação contra a Liminar do STF que cruelmente decidiu por suspender a Lei 14.434/2022 que garante o Piso Nacional da Enfermagem. Não tem outro caminho, precisamos da união de todos para mostrar nossa indignação contra esta decisão descabida publicada em pleno domingo em favor das empresas privadas. Durante a pandemia, a enfermagem se manteve firme em seu trabalho, mostrando o quanto somos necessários e valiosos para a sociedade! Portanto, precisamos ter um salário digno e de acordo com o exercício da nossa função.

A enfermagem já mostrou sua força de luta para conquistar o Piso Nacional, devemos manter esta união e mobilizar a todos para que os patrões respeitem a Lei e paguem o piso! O Plenário do STF precisa urgentemente reavaliar a decisão e pensar sobre a importância da enfermagem para a vida de todo cidadão Brasileiro.”