Sabado às 18 de Maio de 2024 às 06:00:00
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Opinião

Proteger crianças e adolescentes é um dever de todos

Ainda um tema difícil de ser tratado e que dá um nó na garganta ao imaginar.

Proteger crianças e adolescentes é um dever de todos

Ainda um tema difícil de ser tratado e que dá um nó na garganta ao imaginar. O abuso sexual de crianças e adolescentes é uma realidade em nosso país, e se engana quem acredita que ela acontece a quilômetros de distância, pois pode estar mais perto do que imagina. São crianças e adolescentes frágeis, que precisam de amor e acolhimento da sociedade, com necessidade urgente de segurança e socorro. Não é fácil ouvir um relato de uma pessoa que sofreu violência sexual, ainda que seja na fase adulta. O misto de revolta com a vontade de proteger e amparar aquela pessoa surge quase de maneira instantânea, instintiva.

Estamos no mês dedicado ao combate do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes com a missão de incentivar as denúncias e a conscientização sobre a participação de toda a sociedade nesta causa. A data não foi escolhida por acaso, já que maio carrega em si a marca de um crime hediondo e ainda sem punição. Em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo, Araceli, uma menina de 08 anos, foi drogada, estuprada e morta por jovens de classe média alta.

Muito antes dessa data já existiam casos e, infelizmente, depois surgiram muito mais. Araceli nos remete a uma história mais recente e também mais próxima, na capital Curitiba, onde o corpo de Izabely Alexandra Mariano, de 8 anos, que estava desaparecida, foi encontrado embaixo de um sofá, na casa de um vizinho. Outro caso, envolveu uma menina de 11 anos, morta em Guaraqueçaba pelo próprio padrasto, que confessou o crime.
E ao contrário do que muitos pensam, meninos também podem sofrer abuso sexual, como o que aconteceu em Ponta Grossa, em abril deste ano, pelo próprio pai e madrasta.

Ainda mais perto de nós, campo-larguenses, o caso de Emillyn Richalski Tracz, de 17 anos, que foi morta em janeiro deste ano, no bairro Botiatuva, cujo princiapl suspeito era padrinho da adolescente. Conforme revelou a investigação, ele teria cometido o crime, que também vitimou a mãe Daniele, para mascarar um estupro que aconteceu quando Emillyn ainda era criança. Nesta quinta-feira (18), também tivemos a triste notícia de cumprimento de mandado de busca e apreensão em Campo Largo por armazenamento de conteúdo pornográfico infantil. Estarrecedor ter que trazer notícias como essas, porém também servem para alertar a todos que os criminosos existem, eles não param e podem estar próximos.

Cabe a nós como sociedade lutarmos por nossas crianças e adolescentes, os cercando de proteção, cuidado e principalmente informações, para que saibam desde cedo reconhecer limites, abusos disfarçados de "brincadeiras" e "presentes" e, um espaço de acolhimento para contar quando atravessa um deserto de dificuldades e agressões. Se não é fácil para nós termos conhecimento de atrocidades como essas que acontecem, imagine para um ser indefeso e com medo. Sejamos mais conscientes e prontos a ajudar.