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Saúde

‘Setembro Amarelo’ destaca a importância de cuidados com a saúde mental e prevenção ao suicídio

‘Setembro Amarelo’ destaca a importância de cuidados com a saúde mental e prevenção ao suicídio

O suicídio é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 à 29 anos. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar pessoas de diferentes classes sociais e idades. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que anualmente, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, uma média de 38 suicídios por dia.

O dia 10 de setembro é oficialmente conhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. Neste ano traz o lema “Se precisar, peça ajuda!”.

O psicólogo Rodrigo Fontana explica que existem alguns fatores que podem potencializar o risco do suicídio, como dificuldades no relacionamento familiar, questões sociais, financeiras, o uso e dependência em drogas e álcool e principalmente um estado emocional mais triste ou deprimido.

“A maior influência do suicídio geralmente vem com o processo depressivo. Estima-se que mais de 15% da população mundial esteja com depressão, principalmente após pandemia. É importante ressaltar que junto com a depressão é possível que a pessoa tenha outros transtornos, o que acaba gerando um risco ainda maior e as variadas influências que o suicídio pode ocasionar”, explica.

Existe também influência da idade, e os adolescentes, pela questão da oscilação da personalidade, acabam fortalecendo a vontade e o desejo de tirar a própria vida. Ainda em relação à influência, há uma taxa maior de suícidio entre homens, pois os métodos utilizados tendem a ser mais letais, embora mulheres tentem suicídio com maior frequência.

É importante que os familiares e amigos observem quais estão sendo os comportamentos exacerbados da pessoa que está em risco iminente de suicídio. Se ela tem falado muito sobre morte, depreciação, falta de esperança, se tem estado muito triste, deprimido, ou muito eufórico, não tendo equilíbrio emocional. “Evitar que a pessoa que eventualmente esteja propícia ao suicídio, possa ter o contato com armas de fogo, com facas, e evitando drogas”, complementa o psicólogo.

“Manter uma comunicação assertiva e encaminhar para um bom profissional vão ajudar. Tentar incluir essa pessoa em situações, temas, assuntos saudáveis. A pessoa não vai ter a força de vontade própria por estar num processo muito depressivo, mas se conseguir fazer uma atividade física, cuidar da alimentação, ter práticas saudáveis de vida, acaba contribuindo para uma melhora de saúde mental e de bem-estar” afirma.

Rodrigo destaca que esses temas devem ganhar destaque, não só em setembro mas em todos os meses do ano, para que se possa saber os reais perigos ocasionados pelo suicídio. “Passamos muito tempo evitando falar sobre essas questões, por ser um tabu. Hoje esse cenário já está mudando. É preciso comunicar as necessidades, buscar e oferecer ajuda. O silêncio não contribui, muito pelo contrário, potencializa o suícidio”.

É um tema emergente e extremamente grave nas políticas sociais, não só no Brasil, mas no mundo também. Em pai?ses da Europa, houve um declínio nas taxas de suicídio e observou-se um aumento dessas taxas em pai?ses do Leste Asia?tico, Ame?rica Central e Ame?rica do Sul. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O contato pode ser feito através do telefone 188 ou pelo e-mail apoioemocional@cvv.org.br.