A grande obra no km 98 da BR-277 sentido Curitiba tem chamado atenção por conta da sua extensão, que bloqueou as duas pistas da rodovia e obrigou motoristas que dirigiam sentido a capital a pegarem um desvio na região da Orleans. A causa da obra se deu por conta de um buraco que surgiu na pista direita da rodovia, quase em frente ao antigo Café Damasco, ainda em dezembro de 2023, antes mesmo da concessionária Via Araucária assumir a administração da 277, em 28 de fevereiro.

Em fevereiro deste ano, a Folha publicou um vídeo no qual mostrava um veículo passando pelo local e o motorista, sem avistar o buraco, acabou tendo dois pneus estourados. A publicação “viralizou” e foi assistida por mais de 22 milhões de pessoas somente no Instagram, tendo mais de 626 mil curtidas e 207 mil compartilhamentos.

O local chegou a receber reparos, mas a reincidência apontava um problema maior. Em nota oficial, a concessionária explicou que “desde que assumiu a concessão, a Via Araucária iniciou o processo de sondagens para compreender melhor a razão do afundamento e determinar a necessidade de reparos ou uma revitalização completa da via, em razão da ausência de estudos anteriores naquele local”. Evidenciou ainda que trabalha em colaboração com os técnicos da Prefeitura de Curitiba, “dado que há uma interface com a macrodrenagem urbana, para tratar desta erosão”, sempre buscando garantir a segurança dos usuários em toda a extensão da rodovia.

Ainda na semana passada, após análises locais realizadas, “foi identificado o iminente risco de ruptura do terreno e potencial comprometimento da segurança viária”, quando os engenheiros da concessionária, em conjunto com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP), Secretaria Municipal de Trânsito (SETRAN), Companhia de Urbanização de Curitiba (URBS) e Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), determinaram o fechamento de toda a pista, quando a faixa da esquerda também ficou bloqueada, necessitando que 100% dos veículos passassem pelo desvio para acessar a Curitiba.

Informou também, em nota emitida à Folha nesta terça-feira (23), que ao longo da semana cerca de 30 funcionários estão trabalhando no local, para identificação das condições da rede de drenagem profunda, que ocasiona situações de solapamento. A estimativa é de que em até uma semana esse diagnóstico esteja concluído.

“A concessionária possui diversos profissionais com experiência sobre como atuar em situações como esta e já trabalha nas hipóteses de recomposição, mas o projeto específico para resolução deste problema será concluído após a efetiva identificação das condições abaixo do pavimento. (...) Todas essas ações, que ocorrem paralelamente, são necessárias para a realização de uma obra definitiva e liberação segura da via ao tráfego de veículos”, ressalta.

Desvio
Atualmente, os condutores vindos do interior do estado e que se dirigem à capital realizarão um desvio de aproximadamente 500 metros para a marginal direita, em frente ao antigo Café Damasco. O motivo do desvio é resguardar a segurança de quem trafega pelo local, enquanto as equipes avançam nos trabalhos de escavação e sondagem.
“Considerando as incertezas das condições de subsolo e o prazo definitivo para conclusão das obras, a concessionária está comprometida com a avaliação frequente das condições de segurança, fluidez e orientações aos motoristas no local”, finaliza.