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Pais superprotetores, pais negligentes 12/09/2013

Pais superprotetores, pais negligentes 12/09/2013

12/09/2013

O risco de sequestros, assaltos e acidentes e a oferta abundante e livre de álcool e drogas faz com que muitos pais fiquem de cabelos em pé. Há, no entanto, um limite entre a preocupação aceitável e a excessiva, que pode fazer mais mal do que bem a uma criança ou adolescente.

Quando falamos em educação, principalmente de pais para filhos, não podemos ignorar uma peça-chave do desenvolvimento humano: a autonomia. É a capacidade de fazer escolhas. Do momento em que um bebê nasce até a hora em que ele arranja seu primeiro emprego ou sai de casa, a questão central de sua existência é conquistar independência.

É neste sentido que se verifica que pais superprotetores podem ser tão prejudiciais para a formação emocional de seus filhos quanto pais negligentes.

Como efeito da superproteção, começamos a notar um aumento no número de crianças ansiosas e inseguras. Tamanha dependência está na raiz da baixa autoestima. As crianças superprotegidas acham que os outros resolverão todos os seus problemas. Por isso, o risco de se tornarem compulsivas ou entrarem no universo das drogas é maior.

No entanto, incentivar essa independência nem sempre é algo tão fácil para os pais e tentar forçar o filho a uma mudança abrupta de comportamento e de rotina não é um bom caminho. Os pais que querem ver os seus filhos como jovens autônomos quando adolescentesprecisam pensar nisso logo nos primeiros anos de vida da criança, pois conseguir deixar o filho independente é um processo longo, que começa nas primeiras semanas de vida, e exige muito tempo e atenção, tanto do pai quanto da mãe.

Na infância, pequenos hábitos incentivam a criança a ser independente - tanto fisicamente como psicologicamente - desde os primeiros meses de vida. Deixar o filho brincar sozinho durante um tempo é muito importante, assim como sempre deixar os brinquedos onde ele possa pegá-los sozinho. Fazendo isso, ele se acostuma a passar tempo consigo mesmo e a fazer coisas sem depender de outra pessoa.

Além disso, os pais têm que perceber que a criança precisa ter estímulos que desenvolvam a capacidade física, psicológica e motora. Quando perceberem que os filhos são capazes de fazer tarefas simples, como amarrar o sapato, colocar a roupa ou comer sozinho, devem incentivar os filhos a fazê-las.

Na adolescência, a falta de obrigações dentro de casa tem criado uma geração pouco preocupada com o próximo. Não há nada de errado em distribuir tarefas, pois é bom para a autodisciplina e para ajudar a construir a autoconfiança.

As consequências da infância e adolescência superprotegidas são imensuráveis. Os jovens atualmente levam mais tempo para sair de casa e quando chegam ao mercado de trabalho não conseguem lidar com as exigências reais. Frequentemente se sentem injustiçados e incompreendidos, frustrando-se com facilidade.

Em resumo, se você quiser ter um filho com possibilidade de ser feliz e realizado, proporcione a ele a liberdade possível em cada etapa de sua vida.