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Baleia Azul: da brincadeira de mau gosto a casos graves em Campo Largo

A população está mais atenta aos possíveis sinais que os jovens dão ao entrarem no “jogo”. Alguns casos suspeitos, com características do jogo Baleia Azul, e até mesmo brincadeiras de mau

Baleia Azul: da brincadeira de mau gosto a casos graves em Campo Largo

A Folha de Campo Largo recebeu a informação de que na quarta-feira, 24, foi feito o encaminhamento de uma menina de 15 anos que desenhou uma baleia no braço, com uma lâmina. A menor foi levada para atendimento médico após divulgar uma foto pelo Whatsapp. A direção da escola chamou a Patrulha Escolar e o Conselho Tutelar, que encaminharam a ocorrência para a Delegacia de Campo Largo, a quem coube tomar as providências necessárias. Segundo o Conselho Tutelar, a Delegacia e a Patrulha Escolar, este caso está confirmado e ainda há pelo menos três casos sob suspeita.

Na sexta-feira (21) também houve um caso que envolvia um adolescente de 16 anos com cortes feitos no pulso e no pescoço. Ele foi encaminhado para um hospital em Curitiba, da onde recebeu alta no domingo, 23. Os casos não foram confirmados pela Secretaria de Saúde do munícipio, que se pronunciou dizendo que ainda não foram registrados casos em Campo Largo.

Contudo, a Secretaria de Saúde disse que o “ambulatório de Psicologia Infantil atende uma demanda de casos de adolescentes que tentaram suicídio ou praticam automutilação, principalmente com idades entre 12 e 17 anos, mas não tem relação direta com o ‘jogo’”.

Tendo em vista todas essas informações, a população ficou mais atenta aos possíveis sinais que os jovens dão ao entrarem no “jogo”, como se distanciar da família e permanecer isolado, assistir filmes de terror ou ouvir músicas psicodélicas com muita frequência ou em horários inapropriados, além das próprias marcas de cortes e furos feitos com agulhas nas mãos e braços, afim de identificá-los e tomar as providências necessárias logo no início.

A Secretaria de Saúde de Campo Largo orienta que em qualquer indício deve-se procurar a Unidade de Saúde mais próxima, que irá acolher o caso e fazer o devido encaminhamento quando necessário. Os casos graves, como automutilação, ingestão abusiva de medicamentos, deve procurar o atendimento de urgência no Centro Médico Hospitalar.

Brincadeira de mau-gosto
Na semana retrasada foi divulgado um “print” em vários grupos do Whatsapp da cidade, no qual uma menina dizia que estava participando do “jogo” Baleia Azul e precisava dar balas envenenadas para 30 crianças como tarefa. Lá ela trazia o nome de três instituições de ensino de Campo Largo.

A Folha de Campo Largo entrou em contato com a Delegacia da cidade e apurou que essa menina na verdade teria feito uma “brincadeira de mau-gosto”, e foi intimada a apresentar-se na Delegacia para prestar esclarecimento da história na última quarta-feira (26), mas não compareceu.

Prevenir é a melhor saída
A Secretaria de Saúde e de Educação estão trabalhando juntas para prevenir o aparecimento de casos na cidade. “Foi elaborado um informativo de alerta aos pais, orientando com relação a alteração de comportamento e valorização a vida, sendo distribuído nas Unidades de Saúde e Instituição de Ensino.”

O Baleia Azul
O jogo Baleia Azul surgiu na Rússia e se espalhou rapidamente pelo mundo, inclusive no Brasil. O jogo consiste em 50 desafios que incluem ouvir músicas psicodélicas, assistir filmes de terror, fazer cortes nos braços e na palma da mão com lâminas ou furos com agulhas, entre outros. A última tarefa é o suicídio do participante.

Algumas vítimas relatam que foram coagidas a participar por “curadores”, tutores que enviam os desafios a partir de perfis fake, principalmente na rede social Facebook. As delegacias de delitos praticados por meios eletrônicos, em todo o país, já se pronunciaram que estão investigando esses grupos e, se acusados, os “curadores” podem pegar até 40 anos de cadeia, indiciados pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal, ameaça e até homicídio.