As aulas nas escolas estaduais e particulares do Paraná retornaram na última segunda-feira (17), com as instituições de ensino adotando recomendações das secretarias de educação e de saúde e conscientizando os alunos com diversos cartazes colados nas paredes e distribuição de panfletos. Nos primeiros dias de aula a adesão foi grande, mas alunos com sintomas da gripe são avisados para ficarem em casa.

Depois do recesso provocado pelo surto da gripe suína, as escolas estão advertindo os alunos diariamente sobre as precauções a serem tomadas e deixando claro aos alunos como a doença se manifesta. A reportagem da Folha de Campo Largo esteve em alguns colégios estaduais e em grande parte deles foi recebida com a secretária da portaria aspergindo álcool em nossas mãos. Na Escola Estadual Julio Nerone no bairro Bom Jesus as duas primeiras aulas de segunda-feira foram disponibilizadas para os alunos assistirem vídeos sobre a gripe e discussões a cerca do assunto, nos três turnos a escola atende 780 alunos. Nas salas as aulas só iniciam com as janelas e portas abertas, e as aulas de Educação Física que acontecem em quadra aberta começam e terminam após desinfetar as mãos.

Como recomendação das autoridades sanitárias as alunas e professoras grávidas foram dispensadas, pois são o grupo de maior risco. A escola está disponibilizando aos alunos sabão em pedra, papéis toalha e na entrada e saída de cada aula os professores espiram álcool nas mãos dos alunos. A vice-diretora da escola, Adriana Garrett explica que as saboneteiras, porta papéis toalha e álcool em gel e líquido 70% foram adquiridos com verba do governo do estado. “Cada professor tem o seu frasco de álcool e nas salas da biblioteca, secretaria, cozinha e direção os alunos encontram o material”, comenta. O material comprado deve atender as necessidades dessa semana e à medida que acabar será reposto. Uma das maiores preocupações das escolas também é em relação à limpeza dos corredores, salas e banheiros.

Os professores contam que percebem uma maior conscientização por parte dos alunos e os mesmos, inclusive, trocaram alguns hábitos, poucos alunos se cumprimentaram com abraços e beijos. No horário da merenda, os pratos e canecas de plásticos, deram vez a copos descartáveis e cada aluno leva seus talheres e potes de uso pessoal.

Carteiras numeradas e “cuidadores da gripe”

O governo do Paraná e a prefeitura do município fazem um trabalho conjunto de prevenção da nova gripe. Enquanto o estado contribuiu para a compra dos materiais de higienização e de disponibilizar os cuidadores, o município decidiu que as escolas numerassem as carteiras de todas as salas e colocasse o nome dos alunos que sentam na respectiva.

Essa atitude foi tomada para fazer o monitoramento dos alunos, pois em caso de um estiver com os sintomas, as pessoas que sentam ao redor também devem ficar sobre aviso. E em salas com mais de um caso confirmado, os alunos serão dispensados durante uma semana.  

Os cuidadores são funcionários da escola que foram treinados para esse fim e devem dar as primeiras atenções aos alunos que apresentam febre acima de 38º, dor de garganta, e principalmente dificuldade de respiração. “Até o momento quatro alunos foram encaminhados para casa, pois apresentavam sintomas”, diz Adriana. 

“A conscientização é uma hora sim, a outra também”, declara a vice-diretora do Colégio Estadual Professora Albina N. Muginoski (Caic), Solange Máximo de Souza. Antes de retornar as aulas, os funcionários tiveram bastante trabalho, pois tiveram de providenciar a instalação de porta papéis toalha, porta álcool em gel e colar cartazes m diversos pontos da escola. O Colégio Caic tem cerca de 740 alunos, até a última quarta-feira nenhum aluno precisou ir para casa devido os sintomas da Gripe A e as professoras grávidas já foram afastadas.

As funcionárias da limpeza passam álcool em todas as carteiras após o turno da manhã e da tarde, nos corrimãos de escada, e demais pontos de grande circulação. “Diariamente passo nas turmas para observar a saúde dos alunos e aproveito para verificar se há desenhos nas carteiras, as agendas e se os alunos estão usando o uniforme”, conta Solange.

Cada professor tem um frasco de álcool 70% com o seu nome, para aplicar nas mãos de todos os alunos que entram na sala. Os professores estão envolvendo assuntos ligados a gripe nas aulas, “o professor de Química, por exemplo, levou os alunos para o laboratório da disciplina e explicou sobre a mutação do vírus”, comenta a vice-diretora. 

De um modo geral as equipes de direção das escolas estão percebendo que os pais estão respeitando as orientações de não mandar as crianças doentes para a escola. E pais que não queriam que o filho perdesse o conteúdo dado, buscaram atividades na escola para serem feitas em casa. Em reuniões realizadas com os pais de alunos, a equipe de ensino decidiu adotar o sistema de 10 em 10 pessoas para evitar aglomerações. 

Reformas no Caic

O Colégio Caic no bairro Águas Claras está passando por melhorias de infra-estrutura desde o início do ano. Com um investimento do governo do estado alto, já foram colocadas escadas que serão uma nova entrada para os alunos, pinturas na parte interna e externa da quadra, e a instalação de um elevador visando atender possíveis alunos cadeirantes ou até mesmo aqueles com dificuldade de subir escadas, e demais reparações na estrutura.   

Escolas particulares

As escolas particulares também estão seguindo a risca as recomendações das autoridades de saúde. Álcool em gel estão em vários pontos da escola e os professores sempre repetem o discurso sobre a importância de adotar medidas simples de prevenção. Algumas escolas de ensino infantil decidiram, inclusive, que os pais esperassem os filhos do lado de fora do portão, com medo da contaminação.