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Construtoras destacam a verticalização de Campo Largo

A verticalização é uma imposição do Mercado, ditada pela necessidade do consumidor de morar no Centro ou em bairros mais próximos, ter conforto e segurança, com preço acessível.

Construtoras destacam a verticalização de Campo Largo
Uma novidade que começou com o Ilha do Mel, primeiro edifício com elevador e oito andares, na cidade, em 1990, a verticalização de Campo Largo se consolidou e hoje é uma tendência irreversível. A cidade está, e vai continuar crescendo verticalmente. A silhueta urbana do Município começa a mudar com os primeiros “espigões” com dez, 15 andares, já aparecendo nas fotos panorâmicas. É a nova cara da cidade.
 
Para falar sobre o assunto a Reportagem da Folha de Campo Largo procurou algumas construtoras da cidade, cujos diretores concordam que a verticalização é uma imposição do Mercado, ditada pela necessidade do consumidor de morar no Centro ou em bairros mais próximos, ter conforto e segurança, com preço acessível. O valor dos terrenos também é fator determinante que impulsiona a verticalização. Maior número de unidades habitacionais, no mesmo terreno, menor preço do imóvel, levando em consideração que hoje há muitas opções de apartamentos que o cidadão conseguiria comprar apenas um terreno pelo mesmo valor, ainda mais se considerando a região central.
 
Mudanças
Bruno Boaron, diretor da Engerama; Giovanni Muiniki, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Campo Largo e diretor da SM Construções; Antonio José Leucz Junior, diretor da Fento Empreendimentos; Geraldo Viesser, da Studio Engenharia, e Claudemir Kuroski, da Asa Engenharia, conversaram com a Reportagem da Folha, falaram sobre a situação atual da Indústria da Construção Civil, na cidade, e como o Mercado pode se comportar no futuro. Há, segundo eles, a percepção de que a crise econômica está passando e que o momento de comprar um imóvel é agora. Segundo os empresários, os preços dos apartamentos estão muito bons para o consumidor, sem reajustes há quatro anos, contra uma inflação de mais de 10% no mesmo período.
 
Um detalhe, apontado pelos construtores, que deve ser levado em consideração pela Prefeitura Municipal e vereadores: a verticalização concentra população em menos espaço, o que torna mais econômica a administração da cidade. Menos ruas, menos rede de água, esgoto e energia. Para eles, se a verticalização em nossa cidade tivesse ocorrido há 20 anos, certamente teríamos, hoje, uma cidade muito melhor urbanizada.
 
A grande valorização dos terrenos centrais, que inviabiliza as construções de menor porte, e o fator Segurança (grande número de assaltos e arrombamentos de residências), têm feito com que os campo-larguenses busquem, em edifícios, alternativas mais seguras de moradia. Claudemir Kuroski, da Asa, disse que a verticalização é um processo de mudança cultural, que tende a aumentar.
 
Antonio José Leucz Junior, lembra que as pesquisas mostram que mais de 60% dos compradores de apartamentos nos novos edifícios da cidade são moradores tradicionais de Campo Largo. Ele defende, como os demais construtores, mudanças no Plano Diretor, em discussão, para que novos empreendimentos que priorizem a verticalização possam ser lançados, sem prejuízo para os consumidores e com a perspectiva de maior arrecadação de impostos, pelo Município.
 
Os construtores analisaram, ainda, outros fatores, como a vinda de grandes empreendimentos comerciais de serviços para a cidade, como fator coadjuvante, mas não determinante no processo de verticalização. “Para o município deslanchar precisa atrair mais indústrias”, opina Geraldo Viesser.
 
Sobre a possibilidade de Campo Largo se tornar a nova fronteira residencial para os curitibanos, com o esgotamento da capacidade de absorção da região do Ecoville, os empresários disseram não apostar nessa tendência. Para eles, fatores como a falta de vias expressas de ligação com Curitiba, além da congestionada BR-277, e a distância, hoje inviabilizariam investimentos nesse sentido. Disseram, ainda, que os preços dos imóveis, na cidade, em torno de R$ 3.500,00 o metro quadrado, diferem pouco dos preços de Curitiba.
 
Poder aquisitivo
A conclusão é de que, morar em Campo Largo, hoje, é mesmo para os campo-larguenses e que a maioria das pessoas que compram apartamentos na cidade são famílias que moram a menos de 1.500 metros do novo endereço. Uma pesquisa contratada pela Fento aponta que 69% das famílias campo-larguenses têm rendimento menor que R$ 3.200 por mês, o que demonstra a baixa renda na cidade e a necessidade de construção de prédios que ficam na faixa de até R$ 500 mil, apresentando maior dificuldade de venda de apartamentos de preços mais elevados.
 
O mercado tem reagido pela facilidade de financiamento e grande volume que está sendo liberado pela Caixa Econômica. Os que se encaixam no Minha Casa Minha Vida são hoje os mais vendidos.