31-12-2009

     Amora Tupi, ótimas para sucos e geléias, uvas rústicas Bordeaux e Niágara Branca e Rosada, são algumas das frutas que estão prestes a serem colhidas na região do Figueiredo, área de Turismo Rural em Campo Largo e Campo Magro. A Reportagem da Folha visitou uma propriedade de 3,5 alqueires, de Guilherme Iareke, que produz em um hectare, perto de oito toneladas/ano, de uva e 300 quilos de Amora.
     Produtor de frutas há quase 30 anos, Guilherme é um dos fornecedores de matéria prima para a indústria de vinhos Monjolo. Na época de colheita (janeiro e fevereiro), ele recebe visitantes, que podem colher a própria uva, para levar. Sua propriedade é um dos atrativos do Turismo Rural da Colônia Polonesa, graças à variedade de frutas e condições de acesso. Guilherme é um apaixonado pela agricultura e, em sua propriedade, desenvolve novos produtos.
Luta diária
    O produtor rural mostra a sua propriedade e fala sobre a luta diária, contra doenças e pragas, como a Antracnose, que atinge as folhas das parreiras, quando o clima se torna muito chuvoso e úmido, como o desse ano. “Metade do parreiral foi atingido pela Antracnose, prejudicando muito a produção”, disse ele, mostrando o resultado do ataque da praga, nas folhas das Niágara, que secam antes do tempo, diminuindo o tamanho dos cachos de uva.
    Mas na outra extremidade da propriedade, ele abre um sorriso largo e mostra as suas Bordeaux com porta-enxerto 043, da Epagri, de Santa Catarina: “Olha, a terceira folha (terceiro ano), a carga (produção) de cada parreira, uma beleza”, comemora.
     Guilherme mostra, também, outra invenção sua, os palanques em “Y”, para suporte do parreiral, em concreto. “Nós desenvolvemos o modelo e a empresa construiu os palanques, que substituem com muita vantagem os de madeira, que eram usados antigamente”, disse. Os novos modelos de palanque podem receber, inclusive, uma tela ou lona para proteção, diferentemente dos antigos, sem os braços.
Tomate
     Em um canto da propriedade, Guilherme mostra o tomate gigante, que está produzindo ainda em período de adaptação. Trata-se de uma espécie de tomate cultivada nas Guianase e no Norte da Amazônia, de grande porte. Os tomates chegam a pesar mais de meio quilo, cada um, quando maduros. O produtor está observando a planta, os frutos, e verificando a melhor época para a produção, em nossa região.
     Nesta época de turismo rural, nos meses de janeiro e fevereiro, ele acredita que deverá receber menos turistas, em sua propriedade, devido à queda de produção. Atualmente ele está terminando a safra de Amora Tupi, da qual possui apenas  200 pés, que produzem cerca de 300 quilos/ano. A produção de Amora já tem dez anos, mas para 2010 ele pretende ampliar a área de cultivo desta fruta, muito apreciada pela indústria de polpa e sucos, embora seja um tanto quanto azeda para o consumo “in-natura”.