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Mães não devem se sentir culpadas por trabalhar fora, diz especialista

Mães não devem se sentir culpadas por trabalhar fora, diz especialista

É muito comum que mulheres que engravidam e têm uma vida ativa, trabalham e estudam, muitas vezes o dia todo, pensem sobre como irão fazer quando precisarem voltar a trabalhar, com quem deixar o bebê, colocá-lo em uma escolinha ou não. Mas uma coisa é fato, mães e bebês devem passar um tempo sem a presença um do outro para um melhor desenvolvimento psíquico da criança, conforme explica a psicóloga Elenice Bonato.

A maternidade é um processo de mudanças no comportamento e nos pensamentos de uma mulher, e também é um momento de insegurança. “Algum tempo após o nascimento a mãe cai em si e começa a sofrer pensando na volta ao trabalho dali a alguns meses. Este também é um período de preparar-se psicologicamente para recomeçar sua vida profissional. Neste processo também é importante o apoio do marido ou família, pois será fundamental que esta mãe retome no tempo certo aos seus afazeres profissionais e sem sentimento de culpa”, explica a psicóloga Elenice Bonato.

A então mamãe deve levar em consideração e avaliar a sua necessidade de trabalhar. Caso seja ela indispensável para a renda familiar, é muito importante que a mulher trabalhe fora, isso também contribui para a independência da mulher. “É importante saber que a volta ao trabalho após a licença maternidade também deve ser encarada como mais uma etapa que deverá fazer parte da rotina desta mãe e não será saudável para ambos, mãe e bebê, ficarem grudados todo o tempo. É necessário o tempo de ficarem juntos e o tempo de se afastarem para que este bebê tenha um desenvolvimento psíquico saudável”, aconselha.

Elenice ainda completa que durante essa fase a criança aprende a conviver com as demais pessoas sem a mãe por perto. “Ela aprenderá a dividir, a esperar, a tolerar a falta da mãe, e entenderá que ela vai, mas que logo voltará para casa. Apesar de seus esforços, algumas vezes ele irá chorar quando for deixado na creche e em outras vezes poderá até mesmo ficar doente. Mas estes contratempos não devem ser empecilhos ou impedimentos para a mãe desistir da carreira ou trabalho”, explica.

Nesse ponto é importante avaliar com quem a criança irá ficar, se vai começar a frequentar uma creche ou escolinha, mas é crucial que a mãe confie nessa pessoa ou profissional para que o seu rendimento no trabalho não caia, pensando somente no filho. “O que eu oriento sempre é sobre a importância de conversar com a pessoa ou profissional, conhecer o espaço, a formação, como é o ambiente da creche, por exemplo, para que se estabeleça condições de confiança mútua.”

 

Papai sempre presente

O maior conselho da psicóloga é “manter o pai sempre por perto”. O pai da criança deve interagir, cuidar da criança, da casa e contribuir para que essa fase seja o menos cansativa possível para a mulher, que muitas vezes pode ficar sobrecarregada com todas as novas responsabilidades. “É necessário que, neste processo, o companheiro a ajude, mas é importante antes de se fazer qualquer trabalho que os pais tenham um tempo razoável na companhia do bebê, brincando, conversando, dedicando este tempo exclusivamente à criança, que também pede e sente falta do pai”, diz.

O cuidado e a atenção com o relacionamento do casal deve permanecer presente para uma base familiar sólida. “Neste processo, é importante pensar que a vida do casal também deve ser repensada, momentos a dois, passeios, jantares, cinema, para que esta relação seja sempre fortalecida; não esquecendo que também o cuidado consigo, a ginástica, os amigos e amigas, o futebol deve ser preservado”, finaliza a doutora Elenice.