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Professor orienta sobre gastos de final de ano

Décimo terceiro salário deve ser gasto com consciência, alerta especialista. A poucos dias para 2017, é importante que desde já a população vá se preparando para o que irá encontrar no pr

Professor orienta sobre gastos de final de ano

23/11/2016

“Dinheiro na mão é vendaval” àqueles que muitas vezes não sabem empregar o uso do dinheiro com consciência. Quando usado de forma correta, o 13º salário pode ser uma excelente alternativa para pagamento de contas atrasadas, um bom Natal e também garantir um início de ano com o pé direito.

A orientação de Edmundo Pozes da Silva, professor do Instituto Federal do Paraná de Campo Largo, é dividir o 13º salário em três partes. “Uma para pagar as dívidas vencidas, a segunda para comprar presentes e a ceia de Natal e a terceira para deixar aos pagamentos a serem efetuados em janeiro, como colégio dos filhos, IPVA e outras contas do início de ano. O ideal seria poupar, mas sabemos que as pessoas têm necessidades em comprar presentes de Natal, mantendo as tradições.”

Outro ponto importante para não se endividar durante as festas de final de ano é manter ou procurar ter a postura de economia e pesquisa, que é estimulada durante todo o ano. “As pessoas passam o ano inteiro com o dinheiro controlado e, de repente, surgem valores muito maiores do que o normal e a tendência é gastá-los de imediato, sem reflexões e também para satisfazer nossa vontade de consumo, forçada pela mídia em geral”, diz o professor.

Ele destaca ainda a importância de fazer pesquisas antes de sair às compras. “Os preços dos brinquedos e roupas tiveram um aumento substancial em comparação ao ano anterior. Então, é necessária muita pesquisa de preços para tomar a decisão de compra. Recomendo que as famílias façam previamente uma lista de compras, do estritamente necessário, e pesquise os preços em vários lugares. Volte para a casa e daí sim tome a decisão de onde comprar, quais são as vantagens de comprar naquela loja. Evite comprar a prazo. As grandes redes comerciais ganham no financiamento e não somente no produto. As taxas de juros estão exorbitantes”, diz.

O professor ainda deu algumas orientações sobre o cartão de crédito e mostra que ele pode ser um aliado quando os gastos são bem planejados. “O cartão de crédito deve ser utilizado para pagamentos de no máximo três vezes. Quanto mais longo for o prazo de pagamento, maior serão os juros e eles podem chegar até a 400% ao ano”, alerta.

De fato, o cartão de crédito foi um dos principais causadores de endividamento familiar em 2016. Segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR), 89,1% das famílias paranaenses têm algum tipo de dívida, na qual o cartão de crédito continua sendo o principal endividamento (65,7%), seguido dos financiamentos de imóveis e de veículos, os quais foram apontados por 12,6% e 11% dos entrevistados, respectivamente.

As notícias não são boas para aqueles que estão comprometidos com contas de cheque especial ou cartão de crédito. De acordo com professor Edmundo, não há tempo para resolver esse tipo de empasse. “As pessoas e famílias já estão endividadas além da sua capacidade financeira. O Cheque Especial e o Cartão de Crédito são os vilões dos tempos modernos. Quem está com suas receitas ‘penhoradas’ nesse tipo de crédito deve destinar pelo menos um terço dos valores para liquidar, pelo menos, parte dessa dívida. Nenhuma família abrirá mão de tudo das festas para somente pagar as dívidas. O negócio é planejar o pagamento das dívidas, ser ‘discreto’ ao contrair novas e viver conforme suas receitas”, aconselha.

 

2017 bate à porta e é preciso planejar a vida financeira

A menos de 45 dias para 2017, é importante que desde já a população vá se preparando para o que irá encontrar no próximo ano. “Janeiro é um mês ‘seco’. Temos as férias, viemos das despesas da ceia do Natal, dos presentes, da festa da virada do ano e temos despesas novas, como IPVA, uniformes das crianças. É neste mês que precisamos ser sóbrios nas despesas, tanto em dezembro e em janeiro. Estamos em época de incertezas, de recessão”, diz.

Para aqueles que planejam casa própria, carro ou viagens é importante estar preparado para planejar e poupar. “Se houver poupança para pagar pelo menos a entrada da casa nova, procurar bancos ou agentes financeiros com prazos logos, verificando as melhores taxas de juros. Deve-se pesquisar muito as taxas e acompanhar os valores históricos das taxas de juros, justamente em janeiro. Se houver muita demanda, as taxas tendem a crescer. Essa é outra compra que precisa ser bem planejada, senão as famílias perderão a casa no futuro por falta de pagamento”, orienta Edmundo.

Ele ainda dá recomendações finais para 2017. “Procure planejar sua vida financeira. Veja se você realmente tem necessidades de adquirir aquele produto ou serviços. Tempos difíceis estão iniciando, existem 12 milhões de pessoas desempregadas e a tendência é aumentar devido ao arrocho que virá fruto da PEC 241. É época de se prevenir dos infortúnios que estão por vir. Cautela e precaução nunca é exagerado. Converse com sua família, exponha a realidade: diga que não é mais possível manter o nível de compras de até então. O ano de 2017 requer sacrifícios para que as famílias sobrevivam”.