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Profissionais lamentam repercussão negativa da Operação Carne Fraca e má interpretação

Orientam para que o cliente sempre perceba na carne a data de validade, a cor – que deve ser vermelha mais viva, não pode ser escura com tom verde -, o cheiro e não pode estar liguenta

Profissionais lamentam repercussão negativa da Operação Carne Fraca e má interpretação

A repercussão negativa da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, causa prejuízos ainda incalculáveis para o Brasil. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) o valor diário das exportações em março, até sexta-feira (17), era uma média de US$ 39 milhões a US$ 90 milhões. Com a divulgação da Operação, na terça-feira seguinte a exportação caiu para US$ 74 mil, devido à restrição de alguns países para comprar a carne brasileira.

Profissionais da área lamentam a forma como foi divulgado, colocando 21 frigoríficos na mesma situação de irregularidades. Segundo Alfredo e Tiago Ferreira, do Açougue São Joaquim, houve confusão na interpretação de algumas situações e que acabaram viralizando, como a situção do papelão. Para eles, é algo muito sério falar que estão vendendo carne podre, isso causa uma instabilidade no mercado e uma falta de confiança dos consumidores. A situação acaba prejudicando os açougues, que como eles compram de frigoríficos de confiança e que selecionam as carnes para venda.

Tiago comenta que é comum, toda semana, eles recusarem carne no açougue, porque eles conhecem um bom produto e analisam questões como temperatura de armazenamento, procedência, certificação, acabamento, coloração e validade. Não se pode banalizar e falar da qualidade das carnes em geral, segundo eles opinam. “Se os açougues vendessem carne sem qualidade perderiam clientes, porque percebem a diferença”, comenta, acrescentando que essa Operação é principalmente uma questão política e de corrupção, não de qualidade da carne brasileira, que é uma referência em todo o mundo. É um valor bilionário o pagamento de propina em troca de liberações às empresas, o que eles apoiam que seja investigado.

Qualidade
Quanto à qualidade das carnes, eles comentam, por exemplo, que as embaladas à vácuo conseguem manter seus nutrientes originais, por não estarem em contato com o óxigênio e são de alta qualidade. É preciso que os estabelecimentos comerciais tomem cuidado apenas com a temperatura de armazenamento para que não estraguem.

No caso de embutidos, eles orientam que comprem em locais que conheçam a procedência. Muitos açougues em Campo Largo produzem a própria linguiça suína, como no caso de Alfredo, que tem certificação municipal, não compra pronta porque sabe da importância da qualidade do que está oferecendo aos clientes.

Alertam para que as pessoas tomem cuidado com carne barata. “Não existe picanha de alta qualidade por 23 reais o quilo. O custo para produzir uma carne de qualidade é muito alto. Envolve funcionário, alimento de qualidade para o animal, armazenamento, testes rigorosos de qualidade”, detalha Tiago. É preciso sempre estranhar se um produto está com preço muito abaixo da média do mercado. Ele comenta que muitas pessoas de Curitiba vêm para Campo Largo comprar carne devido à qualidade e enfatiza que os campo-larguenses devem valorizar o mercado local.

Atenção
Eles orientam para que o cliente sempre perceba na carne a data de validade, a cor – que deve ser vermelha mais viva, não pode ser escura com tom verde -, o cheiro e não pode estar liguenta.

O cliente ainda deve conhecer seus direitos, de saber a procedência da carne, como é o manuseio, o que se coloca no tempero. Para Tiago, essa situação pode ser bastante positiva para os açougues, que vão manter ainda mais elevados os padrões de qualidade e controle.

Procon
A Associação Brasileira de Procons, Proconsbrasil e os Procons de todo o país emitiram nota de repúdio em relação à conduta das empresas investigadas e orientam os consumidores quanto aos seus direitos na compra dos produtos das marcas citadas na investigação.

Os Procons intensificaram ainda mais a fiscalização e orientam os consumidores a ficarem atentos no momento da compra, denunciando aos órgãos de defesa do consumidor caso encontrem alguma irregularidade.

Segundo a Dra. Zeila Plath, dirigente do Procon Municipal de Campo Largo, os consumidores devem aguardar a divulgação de quais os lotes e em quais produtos foram encontradas irregularidades. Assim que tais informações forem disponibilizadas, os consumidores poderão ter a devolução dos valores pagos pelos mesmos - se pertencentes aos lotes com irregularidades ou a troca dos produtos por outros em condições adequadas para o consumo.

Caso a troca ou devolução dos valores não ocorram espontaneamente, os consumidores deverão procurar o Procon de Campo Largo, pelo telefone (41) 3392-1200, ou na Avenida Centenário, 2245, Centro.