03-11-2009

“O conhecimento é algo que ninguém pode tirar de você”, é uma das frases mais utilizadas por professores e pais. Ela não diz apenas que é preciso estudar e aprender conteúdos dentro da sala de aula, mas também buscar entender o mundo que o rodeia.
     Para atender os interesses de estudantes e daqueles que buscam ter acesso a livros é que as bibliotecas foram criadas. No último levantamento feito na Biblioteca Municipal em 21 de outubro verificou-se que o acervo está em 21.787 livros. São obras de grandes escritores brasileiros e estrangeiros nas áreas de Literatura, livros de pesquisas, gibis e arquivo de jornais. Um patrimônio da cidade e uma aliança para a formação dos estudantes que deveria ser usado apenas para fins educacionais. Mas isso não é via de regra.
     As situações são diversas, livros que são emprestados e nunca mais retornam as estantes, ou então tem páginas rasgadas e arrancadas. Em outras vezes, os usuários alegam ter perdido, o mesmo é alvo da inocência dos cachorros, ou ainda foi molhado após uma chuva torrencial. 
     Na Biblioteca Municipal duas funcionárias fazem a restauração dos livros. Em uma maleta estão os principais materiais para realizar o processo: régua de aço, cola, fio, agulha, lixa, tesoura, flanela de algodão, espátula e lixa. Para melhorar a aparência da capa e contracapa, são usados papel sulfite e às vezes cartolina, já para unir as folhas é papel vegetal. 
     A restauração exige tempo e atenção, dependendo do livro chega há um dia. A auxiliar de biblioteca e uma das restauradoras, Arlene Robacker explica como é feita a recuperação “desmontasse todo o livro, verificasse as páginas, se estão em ordem, é preciso limpar as páginas, agrupar pequenos blocos de páginas e costurá-los”. Dessa forma é possível deixar o material com características de novo.
     Por dia passam pela Biblioteca Municipal cerca de 70 pessoas, de todas as idades, e para deixar a disposição do público todo o acervo, as restaurações acontecem aos poucos “fazemos a reparação e colocamos na estante, poucos ficam fora de uso”, declara. Apesar do trabalho de recuperação acontecer, do total de mais de 21 mil livros, entre 50 e 100 exemplares precisam de restauração em caráter de urgência. Já os mais velhos, com mais de 100 anos sofrem dia após dia degradação.
Há 20 anos como funcionária da Biblioteca Municipal, Arlene conta que foram poucas às vezes em que um usuário devolveu o livro após um bom tempo de atraso.  “Na carteirinha da biblioteca tem telefone e endereço, mas mesmo ligando poucos trazem”, lembra.

Acervos escolares
     Na biblioteca do Colégio Estadual Sagrada Família (Cesf) são mais de 10 mil livros contabilizados. O empréstimo e uso de livros é constante, e fatalmente os alunos acabam estragando. No decorrer do ano a reparação é feita, mas nos que necessitam de reparo de imediato.
     Há 30 anos trabalhando em biblioteca, a bibliotecária Terezinha Nunes viu o número de livros aumentar progressivamente, e na mesma medida sofrer danos. Por ano entre 10 e 15 livros deixam de ser contabilizado ao acervo, isso porque os alunos perdem. Na política do Cesf o aluno que atrasa a entrega paga multa de R$ 0,20 por dia e a perda do exemplar acarreta em reposição. Com o dinheiro das multas a biblioteca adquire livros, material de restauro e já comprou o programa de digitalização do acervo. Como medida de segurança todos os livros são carimbados e tem identificação. Para recuperar os livros que estão faltando nas prateleiras, constantemente os professores de Língua Portuguesa fazem campanhas em sala de aula.