A Sala de Recursos é destinada para alunos que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem, mas não somente quando há defasagem escolar. Neste lugar, alunos diagnosticados com transtornos, dislexia, alguma dificuldade na coordenação motora, entre outros, conseguem receber uma atenção diferenciada, realizando atividades para desenvolver suas habilidades, melhorando a aprendizagem e fazendo com que eles consigam acompanhar o restante da turma.

Segundo a professora de Educação Especial e psicopedagoga Vera da Silveira, para que os alunos sejam encaminhados à Sala de Recursos, é preciso um diagnóstico clínico. “Tudo começa na percepção dos professores com relação ao aluno dentro da sala de aula. Caso veja alguma dificuldade que vai além do conteúdo, ele encaminha para o serviço de psicopedagogia, que irá fazer uma avaliação prévia. São requisitados exames de visão e audição, para ver se não é alguma dessas deficiências que estão atrapalhando o rendimento. Após isso, o aluno passa por uma consulta com psicólogo e neuropediatra, que poderão indicar se o aluno tem algum problema emocional ou algum tipo de transtorno, dislexia por exemplo.”

Para descobrir se o aluno necessita começar a frequentar a Sala de Recursos leva em média um ano. Após a constatação da necessidade, os pais devem matricular seu filho na escola mais próxima, portando o laudo médico comprobatório. O acompanhamento será por toda a vida escolar do aluno, com aulas periódicas de duas horas de duração. As salas têm em média 20 alunos.

“É preciso que o professor tenha muita calma ao explicar para os pais sobre seus filhos, é natural inclusive um processo de luto até a aceitação. Famílias que trabalham junto com a escola só somam mais incentivo e melhorias no processo de aprendizagem”, diz a professora.

Os alunos que participam da Sala de Recursos têm melhora na concentração, coordenação motora, percepção visual, desenvolvimento cognitivo, além de se tornarem mais ativos na participação em sala e melhoria da nota.

Jogos pedagógicos

Dependendo da necessidade do aluno, as professoras criam seus próprios brinquedos pedagógicos, atendendo sempre a carência dos alunos. A professora Vera contou que já fez até alguns instrumentos que facilitavam a inclusão de alunos com deficiência, como um teclado colmeia, que permitia com que crianças com deficiência neuromotora digitassem. Também participou da criação de um aparelho que uma aluna com deficiência neuromotora e intelecto preservado chamasse atenção quando precisava da ajuda da professora, queria chamar atenção dos colegas ou não tivesse entendido o conteúdo. As Salas de Recursos também recebem alguns jogos educativos do governo estadual.