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Opinião

Campo Largo deixou de ser um município pacato

Campo Largo deixou de ser um município pacato

21/09/2015

Campo Largo já figura entre os municípios mais violentos do Brasil. O número de assassinatos, em 2015, bate todos os recordes históricos. E pior, estamos apenas em setembro, ainda temos mais três meses até o final do ano. Somente nesta semana, de sexta-feira (11) a quinta (17), foram registrados três crimes de homicídio na cidade, elevando para 48 o total de mortes violentas nesses nove meses de 2015.
 Em 2014, o Brasil atingiu a taxa de 25,81 homicídios para cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera “nível de epidemia” taxa acima de 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Campo Largo, que tem pouco mais de 115 mil habitantes, já atingiu, em 2015, uma taxa quatro vezes maior que o nível epidêmico da OMS. Estamos, seguramente, entre os municípios mais violentos do País, perdendo apenas para um município de Alagoas, que lidera o triste ranking com taxa acima de 61, durante todo o ano de 2014.
No Brasil, mais de 143 pessoas por dia (em média) foram vítimas de homicídios dolosos (com intenção de matar) no ano de 2014. Campo Largo contribui com esta estatística com, pelo menos, um assassinato a cada semana. Em alguns bairros, as pessoas chegam a comentar sobre a existência de listas de jovens que poderão ser assassinados, nos dias seguintes. E em todos os crimes, em quase todos, o tráfico de drogas quase sempre está entre os motivos que levam ao violento desfecho.
Na cidade existem, sim, pontos negros, onde o número de mortes  violentas é maior. São regiões onde o tráfico de drogas é mais visível e onde o envolvimento de adolescentes se destaca. As vítimas, em geral, são conhecidos no bairro como valentões ou como líderes de gangues que vivem da distribuição de drogas na cidade. E ao que parece, as autoridades da Segurança Pública - apesar de terem muitas informações sobre esses pontos negros, conhecerem nomes e apelidos dos traficantes, que muitas vezes são presos, mas logo em seguida são soltos - pouco ou nada podem fazer, a não ser recolher os cadáveres, cada vez em maior número.
Banalizada, a violência se torna uma doença, como bem coloca a OMS, uma epidemia que, se não for combatida a tempo, pode causar um mal maior à sociedade. Porque enquanto estão morrendo pessoas, em sua maioria ligadas ao tráfico de drogas, parece que o resto da sociedade não se importa. Mas uma hora esta violência chegará, com certeza, aos cidadãos inocentes, que nada têm a ver com os crimes. E quando isso acontecer, já será tarde demais para lamentarmos.