Terça-feira às 23 de Abril de 2024 às 01:19:47
EM CAMPO LARGO 17º | 28º
Opinião

Como a corrupção na Petrobras nos atinge?

Como a corrupção na Petrobras nos atinge?

23/11/2014

Todos nós somos donos da maior empresa do País, a Petrobras e, portanto, tudo o que acontece lá nos afeta diretamente. Cada centavo roubado dos cofres da estatal reflete em nosso bolso, nos preços dos combustíveis e seus derivados, nos preços dos alimentos que precisam  de insumos para serem produzidos e transportados, nos preços das roupas que são feitas com produtos à base de derivados de petróleo, plásticos e outros.

O dinheiro desviado pelos representantes do Governo, na empresa, falta nas obras de ampliação do parque de refino, obriga a Petrobras a importar combustíveis, e desvaloriza ainda mais as suas ações. Os ladrões, que parecem estar em todos os postos possíveis de desvio de recursos, não se intimidam nem mesmo depois de pegos pela Polícia. Simplesmente se declaram culpados, assinam acordo de delação, prometem devolver um pouco do que foi roubado, e acabam livres, para usufruir dos bens que amealharam. O prejuízo fica com o País, fica com o povo.

Não dá para não se indignar com o tamanho do rombo na Petrobras e a desfaçatez dos corruptos. E o mais intrigante é que os governantes, responsáveis pela nomeação dos corruptos, não são responsabilizados pelas indicações, não são arrolados nos inquéritos que investigam os casos, mesmo se comprovando que o dinheiro, ou parte dele, acabou irrigando a campanha política deles, dos governantes.

No Paraná, vários nomes de políticos aparecem na relação de beneficiados pelas empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, inclusive os nomes de Gleisi Hoffmann (PT), ex-ministra da Casa Cicvil do Governo Dilma e ex-candidata ao Governo do Estado, e Roberto Requião (PMDB), também ex-candidato ao Governo do Estado, ambos senadores pelo Paraná. Juntos, eles receberam doações para suas campanhas, das empresas investigadas, nada menos do que R$ 2,3 milhões, conforme registro no TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Eses recursos, com aparência legal, registrados nas campanhas dos candidatos, têm peso importante, tanto econômico quanto político. É dinheiro legal, segundo o entendimento dos candidatos, mas há um abismo profundo entre o que é legal e o que é moral. Não dá para aceitar.