17/01/2015

O que está acontecendo com a nossa sociedade? Por que vemos, hoje, antigos valores éticos, morais e sociais desprezados, até ignorados, enquanto vícios humanos seculares são exaltados? Por que o cidadão que comete um pequeno furto, até às vezes para saciar a fome do filho, pode ser preso em flagrante, enquanto ladrões de milhares de reais, dos cofres públicos continuam impunes?
Em nome do politicamente correto, qualquer palavra mal interpretada pode ser usada para condenar uma pessoa por preconceito ou por homofobia, embora a pessoa não seja preconceituosa nem homofóbica. Há patrulha em todos os lugares, nas ruas, nas escolas, no shopping, no telefone, na Internet. É preciso muito cuidado para não ser mal interpretado. Qualquer vírgula fora do lugar pode dar direito a qualquer um que se ache ofendido, de processar o “delinquente”.

Outro dia, um cidadão foi parado por meia dúzia de carros de polícia, por estar dirigindo um carro velho, sem conservação, “suspeito” aos olhos dos policiais. Mostrou documentos, foi revistado, aparentemente nada havia contra ele, apenas o carro meio estranho. O veículo até poderia ser apreendido, se aplicado os rigores da lei, mas não era esse o caso, era apenas uma abordagem de rotina. Povão aglomerado, o cidadão meio assustado, pensando que seria preso. Todos os olhos em sua direção. Liberado, saiu como se tivesse recebido um prêmio, escapou de ser preso, “ufa!”. Que crime ele cometeu? E os ladrões do dinheiro público que, mesmo sob forte investigação continuam roubando? Por que não são presos e obrigados a devolver tudo o que foi roubado? Não que os policiais estivessem errados, não, estavam fazendo o trabalho deles, mas o episódio serve como comparativo. O que há de errado com os nossos valores? O que era certo, antigamente, agora é errado? Por que as telenovelas estão abarrotadas de exemplos e estereótipos que não representam mais do que 1% da sociedade?

Aceitar a diversidade e respeitá-la, a opinião dos outros a escolha dos outros é uma coisa. Querer obrigar-nos a ser diverso do que somos, é outra. É um absurdo o que estão fazendo com a nova geração, que vê estampado na televisão uma inversão de valores, como aquele que rouba se dando bem. Para onde caminha, desse jeito novo de ser, a nossa sociedade? Para um novo começou ou para um inexorável fim?