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Opinião

E o churasquinho do final de semana, como fica?

E o churasquinho do final de semana, como fica?

O escândalo da “Carne Fraca” mostra mais uma faceta de uma velha conhecida dos brasileiros, a corrupção. Parece que em cada órgão, em cada departamento do Governo, existia (e talvez ainda existam), um ou outro servidor que usa o cargo para ganhar dinheiro às custas do povo. Roubaram tanto que, muitos deles não achando lugar para guardar tanto dinheiro, transferiram tudo para contas nos paraísos fiscais.

A carne produzida no Brasil é boa, é uma das melhores do mundo. O sistema de fiscalização é bom, confiável, mais exigente do que na maioria dos países importadores. Dá para consumir, com segurança, tudo o que o País produz, vende no mercado interno e também exporta. A divulgação generalizada de que poderia haver carne estragada no mercado assustou não somente os brasileiros, mas os consumidores em todo o mundo. É preciso, entretanto, fiscalizar, porque entre  centenas de frigoríficos que processam milhares de toneladas por dia, os policiais federais identificaram 21 com alguma irregularidade, casos pontuais que poderiam ser fechados, como o foram, sem muito alarde.

Hoje, centenas de trabalhadores dos frigoríficos sob investigação estão desempregados. Milhões de toneladas de carnes brasileiras estão retidas em portos, em navios em alto mar, e ninguém sabe o que pode acontecer, uma catástrofe para a economia nacional. Muitas destas carnes voltarão para o País, e serão oferecidas ao mercado interno. Pode haver, no primeiro momento, excesso de oferta do produto, com consequente queda de preços ao consumidor. Mas depois, com frigoríficos paralisados, com demissão em massa no setor, a indústria da carne pode travar, produtores podem ficar com os animais retidos nas fazendas, sem ter para quem entregar. Poderemos levar anos para recuperar um mercado que foi construído ao longo de dezenas de anos, fruto do trabalho sério dos nossos produtores.

O Brasil pode perder o título de maior produtor de carnes do mundo. Amanhã, talvez tenhamos que produzir apenas para o mercado nacional, e começar tudo de novo. Tudo culpa da corrupção, do hábito nefasto de uma cultura medonha, do levar vantagem em tudo, de ganhar pelas beiradas, do enganar, mentir, sonegar. Estamos, como no Mensalão, na Lava Jato e em todas as outras crises morais que o País já viveu, e ainda vive, colhendo o que plantamos, como sociedade. Precisamos redescobrir, reinventar o Brasil, com a defesa de virtudes, com a condenação dos vícios, cultura que deveria ser ensinada desde o berço, das novas gerações. Só assim teremos, em 20, 30 anos, um País limpo, ordeiro, progressista, onde haverá Ética e Justiça, acima de tudo.