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Opinião

Farinha pouca, pro meu pirão primeiro

Farinha pouca, pro meu pirão primeiro

03/10/2014

O velho ditado popular, “para farinha pouca, meu pirão primeiro”, pode muito bem ser apropriado pelos empresários campo-larguenses responsáveis pela campanha “Eu#votocampolargo”, notadamente diretores da Acicla - Associação Comercial e Industrial de Campo Largo e da Associação dos Amigos do Itaqui. Nós também, da Folha de Campo Largo, abraçamos esta ideia.

Afinal de contas, somos apenas pouco menos de 80 mil eleitores, temos pouca “farinha” (votos) e, portanto, precisamos usá-la, a “farinha”, para fazer primeiro o nosso “pirão”, ou seja, para nos alimentarmos. Temos a necessidade, a obrigação, de usar esses nossos parcos votos para elegermos um de nós, para nos representar na Assembleia Legislativa, para ser o nosso deputado estadual. É chegada a hora dos campo-larguenses pensarem em si mesmos, mesmo que os de fora nos achem egoístas, temos que defender o que é nosso.

Há 24 anos o eleitor campo-larguense não consegue mandar para o Legislativo Estadual, um cidadão que, nascido ou adotado pela cidade, conheça os nossos problemas, as nossas necessidades, as nossas vilas. A cada quatro anos a cidade era invadida por forasteiros de fala mansa, que vinham com promessas, as mais mirabolantes, e nos levava o ouro, nos levava os votos. Nos quatro anos seguintes, quando muito, migalhas. Será que não aprendemos nada?

Finalmente, em 2014, um grupo de empresários teve a feliz ideia de criar uma campanha, para chamar a atenção dos eleitores para a necessidade de mudarmos os rumos da situação, que já havia se tornado comum, a entrega dos votos para candidatos de outras cidades. Bairrista, a campanha é perfeitamente legal, porque não se infringe nenhuma norma, nenhum artigo da legislação eleitoral, apenas se defende a ideia de que, o nosso voto deve ser dado a um cidadão local, seja ele quem for. Temos, na cidade, oito candidatos a deputado estadual. O eleitor tem uma ampla margem para escolher, dentre esses, o que mais lhe agradar.

É claro que o eleitor é livre e pode nem dar bola para a campanha, mas, se por a mão na consciência, verá que, ajudando a eleger um candidato de outra cidade, estará contribuindo para o contínuo empobrecimento do Município. Até porque, a simples presença de um campo-larguense na Assembleia Legislativa, emprestará, ao Município, mais espaço, mais respeito, mais oportunidades.

Já perdemos muito, ao longo dos últimos 40 anos. Perdemos recursos, obras, ações, empresas, deixamos de criar centenas, milhares de empregos, que seriam nossos, mas hoje estão em outros municípios. Perdemos dinheiro. E só rasga dinheiro quem é louco, ou não sabe o que faz.