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Opinião

O risco de Campo Largo perder suas Indústrias de Cerâmica, Louça e Porcelana

O risco de Campo Largo perder suas Indústrias de Cerâmica, Louça e Porcelana

O maior e mais tradicional ramo industrial de Campo Largo, o da Cerâmica e da Porcelana, que gera cerca de quatro mil empregos diretos e até 20 mil indiretos, corre o risco de desaparecer. O gás fornecido às indústrias de Santa Catarina é isento de impostos estaduais, enquanto no Paraná, além dos impostos, existem outros custos que oneram nossos produtos.

As indústrias do Paraná pagam, pelo gás que consomem, até 36% a mais do que as indústrias de Santa Catarina. Há mais de dez anos, os empresários vêm reclamando desta diferença, mas em nenhum momento o Governo do Estado se mostrou sensível ao problema. O dever de casa foi feito pelos empresários, reduzindo custos e modernizando o processo fabril. Em algumas empresas, até a folha de pagamento foi reduzida, na tentativa de equilibrar a defasagem.

A luta dos empresários levou o Governo Federal a impor barreiras aos produtos importados da China, o que permitiu uma sobrevida importante das indústrias de Cerâmica e de Louça de Campo Largo, nos últimos anos. Mas mesmo com a aplicação de Dumping aos produtos chineses, o mercado chegou ao seu limite. Se não houver redução imediata dos impostos que incidem sobre o gás, os produtos campo-larguenses não terão condições de competitividade com os de Santa Catarina e de outros estados.

No início da semana os empresários campo-larguenses, foram recebidos pelo governador Beto Richa, e expuseram a ele os problemas que vêm enfrentando, alertando para o fato de que, produzir em Santa Catarina é mais barato do que no Paraná. E adiantaram o fato de que as recomendações dos investidores, alguns de outros países, são para que as unidades do Paraná sejam transferidas para Santa Catarina, caso o problema do gás não seja resolvido. Se isso realmente acontecer, será o mais duro golpe à indústria campo-larguense, que também será sentido em outros setores do Município e do Estado.

Ao ouvir dos empresários campo-larguenses as informações reais do que está acontecendo, o governador Beto Richa disse que não tinha conhecimento desses fatos, e prometeu solucionar o problema, porque não vai admitir o fechamento de indústrias no Paraná, nem a extinção de postos de trabalho. E disse que daria, aos empresários uma resposta positiva, em uma semana.

Campo Largo já conhece o sabor amargo do fechamento de empresas. Perdemos a Lorenzetti, que foi substituída pela Legrand, mas esta também foi embora, para o Amazonas. A Chrysler fechou, veio a Caterpillar, mas perdemos a Aspro, que como a Legrand também se instalou no polo industrial de Manaus. Há poucos anos, a nossa histórica indústria Schmidt, quase fechou. Graças à união de sindicatos, empresários e do Governo Municipal, a Schmidt se recuperou e voltou a contratar.

O pleito dos empresários do setor cerâmico, é o pleito do Município de Campo Largo. Resta esperar pela decisão do governador Beto Richa, e esta decisão não pode ser outra senão a retirada do imposto sobre o gás, ou nossa indústria acabará descendo a Serra do Mar.