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Policial

Assassinatos em série assustam Moradores

17-11-2009

O crime aconteceu às 18 horas de sexta (13), na Rua Gilmar Heitor Chagas.

 

Assassinatos em série assustam Moradores

 17-11-2009

 Um tiro no peito, na altura do coração, e outro na cabeça, disparados de curta distância, causaram a morte de Diego Cristiano Schwendtner, (25), conhecido pela alcunha de "Cabeção". O crime aconteceu às 18 horas de sexta (13), na Rua Gilmar Heitor Chagas, quando Cristiano descia do seu carro, o Vectra branco placas AGV-0253. Os assassinos fugiram a pé, enquanto a vítima agonizava na rua, ao lado do veículo.
     A Polícia investiga a possibilidade dos assassinos serem os mesmos que mataram André "Seco", no início da madrugada de terça-feira da semana passada, no mesmo bairro, Populares Nova. Há rumores de que os crimes tenham ligação, uma vez que envolvem personagens de histórias que se cruzam. A hipótese de crimes em série também aponta para outros crimes que aconteceram na região.
Violência
     A história de "Cabeção" é marcada por casos de violência, como o que vitimou Bianca Morais, na manhã de 12 de março de 2008. A jovem, ex-namorada, estava no trabalho quando foi alvo de três tiros de revólver, disparados pelo rapaz, sendo atingida gravemente por um, no tórax e outro de raspão, na cabeça e no braço. Ele queria reatar o relacionamento e, para isso, usou de violência. Felizmente a moça sobreviveu, "Cabeção" foi preso e indiciado por tentativa de homicídio.
     Diego foi preso em maio de 2008, sendo colocado em liberdade em outubro, dias antes do julgamento. No julgamento, realizado no dia três de novembro de 2008, ele foi condenado a seis anos de reclusão em regime fechado, por tentativa de Homicídio Doloso (com intenção de matar) e, após o julgamento, foi direto do Fórum para o xadrez da Delegacia de Polícia, onde permaneceu pouco tempo, sendo beneficiado com a liberdade vigiada por já ter cumprido parte da pena.
     Informações
     O crime provocou o silêncio de vizinhos e demais moradores do bairro. Há informações de que está difícil morar nas Populares Nova, devido à falta de segurança. Muitos moradores temem serem vítimas de bandidos, e por isso evitam sair ou voltar para casa à noite e, quando isso é inevitável, cercam-se de cuidados especiais. A Reportagem tentou ouvir vizinhos, mas todos se negaram a falar sobre o caso. Também os policiais que investigam o caso, não receberam muitas informações que podem levar aos assassinos.
     É possível, entretanto, que as pessoas forneçam informações para a Polícia, sem a necessidade de se identificar. Se preferir, o denunciante pode procurar a Delegacia de Polícia e pedir para falar com o delegado, pessoalmente, fornecendo as informações sem a necessidade de comparecer na peça (inquérito) policial, ou através do Disque Denúncia, Narcotráfico 181.
     Terror
     Moradores do bairro Populares Nova estão assustados com a onda de violência que atingiu esta região da cidade, nos últimos meses. Muitos jovens caíram, no vício do Crack, droga que vem se alastrando por toda a cidade. Os casos de tráfico de drogas e os assassinatos que vêm sendo registrados, principalmente nas últimas semanas, causaram um clima de terror, obrigando a população a se trancar, adotando a Lei do Silêncio, temendo represália dos bandidos.
     Oficialmente Diego não tinha atividade profissional, embora seus familiares tenham informado para a Polícia que ela era "promotor", mas não ficou registrado se era promotor de vendas ou de eventos. O crime aconteceu quando ele descia do veículo, o mesmo utilizado por ele no ano passado, para fugir, quando atentou a tiros contra a vida da ex-namorada.   Acredita-se que os assassinos de Diego, que seriam dois, estavam esperando o rapaz há bastante tempo, nas proximidades da sua residência, sabiam da sua rotina e o surpreenderam, sem dar chance de defesa.
     Informações de envolvimento dele com outros casos, não foram confirmadas pelos investigadores, que estão trabalhando com a possibilidade do rapaz ser vítima de um mesmo bando, que está eliminando as vítimas em uma lista. Nesta suposta lista estariam os nomes de várias vítimas, algumas dependentes químicas de Crack, que foram mortas nos últimos meses, na cidade. Há informações que escaparam do sub-mundo, que pelo menos mais três assassinatos estariam encomendados para acontecer nos próximos dias, somente nas Populares Nova.
     Crack
     As características da maioria dos assassinatos desses jovens, a maioria homens com idades entre 18 e 25 anos, nos últimos meses, são de execução. O autor ou autores da maioria desses crimes, ao que tudo indica, são dependentes químicos de Crack, droga que leva suas vítimas à violência extrema. O viciado em Crack rouba e mata sem pensar duas vezes. Em sua mente todos os que não lhes facilitam o acesso à droga, estão contra eles e, de alguma forma, precisam ser eliminados.
     As primeiras vítimas nas mãos dos viciados em Crack, são eles próprios e seus familiares. Depois eles buscam seus "inimigos", no seu círculo de amizade, e aí estão, em geral, amigos limpos que não lhe emprestam dinheiro para comprar a droga ou outros viciados e fornecedores.
     Os crimes praticados por causa do Crack estão se tornando a principal causa de tiroteios, tentativas de homicídio e homicídios que acontecem na cidade. A Polícia, embora as várias operações em busca de traficantes e pontos de venda de drogas, não está conseguindo reduzir os índices de criminalidade provocados pela droga. Os investigadores trabalham contra o tempo, tentando entender o que está acontecendo, os motivos pelos quais os assassinatos estão acontecendo com grande velocidade, quase todos com as mesmas características, embora nem todos praticados pelos mesmos assassinos. Não há, até o momento, nenhuma informação sobre as identidades dos assassinos.