20-10-2009

Policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) acabaram com a jogatina em um hotel de luxo de Curitiba, na noite de sábado (17). Cerca de 60 pessoas que jogavam pôquer em duas salas do hotel foram surpreendidas pela polícia, por volta das 23h. Vinte e cinco pessoas foram encaminhadas para a delegacia. No local, foram apreendidos R$ 8 mil em dinheiro, fichários, máquina de contar dinheiro, computador, anotações, cartas e vales do jogo.
     De acordo com o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler, as rodadas de pôquer começaram a ser investigadas depois de denúncia. “Recebemos a informação que existiriam entidades que organizariam jogatinas de pôquer constantemente e em locais públicos. Entendemos que pôquer não é apenas um jogo de destreza, mas também de azar, o que o torna ilegal”, explica Stadler.
     Depois de investigações, equipes policiais do Cope foram até o hotel, localizado no centro, e flagraram cerca de 60 pessoas, distribuídas em cinco mesas. De acordo com o delegado Francisco Caricati, as salas onde aconteciam os jogos estavam instaladas no mesmo hotel em que acontecia uma etapa de campeonato brasileiro de pôquer.
     “No campeonato, cada jogador paga uma inscrição, participa do jogo que vale um prêmio e assim que perde é eliminado. Já nas outras duas salas, cada pessoa poderia jogar quantas vezes quisesse. Se perdesse o jogo, poderia comprar mais fichas e voltar. Isso caracteriza aposta e é contravenção penal”, afirma Caricati.
     As salas em que os jogos eram realizados estavam protegidas por seguranças e com acesso restrito. Em cada uma das cinco mesas, havia mais de 10 jogadores. Eles eram distribuídos de acordo com os valores de suas apostas.
     ENTIDADES – Os organizadores do campeonato e da sala de jogatina são a Liga Curitibana e a Confederação Brasileira de Texas Holdem. De acordo com os delegados, as entidades serão investigadas para constatar se elas promovem outros eventos em que acontecem jogos ilegais de apostas paralelos aos campeonatos.
     “Jogos de azar são ilegais e serão combatidos com rigor pela polícia. Ainda mais nesse tipo de modalidade que flagramos na noite de ontem, em que mesas para jogatina ilegal são organizadas no mesmo local reservado a um torneio”, completa o delegado Miguel Stadler.
     Das 25 pessoas conduzidas até a delegacia, estão Luiz Geraldo de Castro Campelo e Igor Trasane, respectivamente presidentes da Liga Curitibana e Confederação Brasileira de Texas Holdem. Além deles, também foram encaminhadas outras pessoas da organização do evento e vinte jogadores. Todas assinaram termo circunstanciado de infração penal por exploração de jogo de azar. De acordo com a polícia, as investigações continuam e as demais pessoas que estavam no local serão ouvidas nos próximos dias.
     LEGISLAÇÃO – De acordo com o art. 50, parágrafo 3.º, da Lei de Contravenções Penais, estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele é crime. São considerados jogos de azar: o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte; as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.    Esta contravenção penal pode dar pena de prisão simples - de três meses a um ano, multa e ainda perda dos móveis e objetos de decoração do local.