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Saúde

Informatização amplia atendimento do NIS III

Informatização amplia atendimento do NIS III

29/12/2015

Desde o início deste ano, o Núcleo Integrado de Saúde (NIS III) de Campo Largo tem atendido a população de Campo Largo em novos horários e de maneira totalmente informatizada. As mudanças melhoraram e muito o serviço prestado pelo Núcleo, aumentando a eficiência dos atendimentos, com um custo bem menor para os cofres do município. Atualmente, cerca de 450 pessoas são atendidas no local diariamente.
De acordo com o coordenador do local, Miguel Marques, para entender as mudanças, é preciso explicar como o atendimento acontecia antes da informatização. Feita de forma gradual, o primeiro setor a trabalhar com o novo sistema foi  a recepção. Anteriormente, os atendentes do Núcleo preenchiam as agendas de consultas à mão, em livros ATA, que eram abertos apenas uma vez por mês. Com isso, pacientes precisavam chegar ao local próximo às cinco da manhã para garantir sua vez, pois os atendimentos eram por ordem de chegada.
Nos dias de hoje, a recepção trabalha no sistema on-line com seis guichês de atendimento. Um painel eletrônico de senhas é quem avisa os pacientes com horário agendado das suas consultas. Além disso, o sistema possibilita também, em questão de segundos, verificar cada consulta e o tipo de consulta de cada médico e especialidade, através do relatório de agendamentos de consultas por profissional. “Umas das facilidades que o sistema proporciona é a transparência no atendimento. Através dele, não há como burlar o lugar na fila de espera por algum atendimento”, comenta.
“Na gestão anterior, eram gastos anualmente cerca de 120 mil reais com locação do software. Mas infelizmente ele era utilizado parcialmente, pois  os antigos gestores  treinaram estagiários, que com o tempo se desligaram, deixando o sistema obsoleto. Graças ao apoio e liberdade que recebemos do Prefeito Affonso, hoje são servidores estatutários que preparam os funcionários para a melhor utilização do sistema”, relata Marques.

Prontuários
Dentro do NIS, existe uma sala com diversos armários e prateleiras com  cerca de 90 mil prontuários  arquivados em envelopes numerados. Mesmo organizados, diante de tanto papéis e informações, era comum um paciente ir até o local e ter atraso no seu atendimento diante da dificuldade de se encontrar seu prontuário no infinito de informações. Atualmente, todos estes prontuários já estão no sistema eletrônico do Núcleo. Com sigilo e através de pessoas capacitadas, todo esse serviço foi realizado e está ao alcance dos profissionais em questão de um clique. “Atualmente, todos os pacientes que são atendidos no local já são cadastrados no novo sistema”, cita Marques.
Outra facilidade trazida com a informatização é que quando se encerrava a agenda do mês, o paciente precisava voltar dali a 30 dias para agendar sua consulta ou retorno. O paciente levava sua guia de atendimento até a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para que esta guia voltasse ao NIS via malote. Com isso, cerca de 20 dias eram perdidos até que esse malote fosse cheio e enviado. Tudo isso hoje já é passado.
“Hoje em dia o paciente sai da consulta, passa na recepção e já sai com seu retorno marcado—salvo quando o mesmo possui solicitação de exames para mais de 60 dias. Agora, quando não temos a agenda da especialidade aberta, o paciente é cadastrado em uma fila de espera e quando se abre a vaga, sua consulta é agendada e o paciente comunicado via telefone com a data e o horário do seu atendimento. Além de poder controlar o fluxo de atendimento, o sistema facilita a questão do retorno dos pacientes”, relata.

Central de Consultas
Segundo Marques, antes da informatização eram necessários cinco funcionários somente para agendar consultas. As guias de referências ficavam depositadas em prateleiras dentro de caixas de arquivos, o que ocupava muito espaço e não era nada funcional. Agora, os mesmos funcionários da recepção fazem os agendamentos, através do sistema desenvolvido para a gestão da Saúde.
Outras facilidades proporcionadas pela informatização são a possibilidade de verificar vagas e serviços em hospitais de Curitiba e região metropolitana. Pelo sistema, é possível agendar vagas no E-Saúde, sistema que destina 30% das vagas do SUS para municípios da região metropolitana, visando atendimentos cirúrgicos de alto custo; no MV, sistema interligado que engloba o Hospital de Olhos, Hospital São Lucas, Hospital Infantil, Hospital Nossa Senhora do Rocio e o Hospital Angelina Caron; além do G SUS, que cuida de exames laboratoriais.

Consultórios Médicos
Quem nunca passou pela situação de não entender a letra e a receita descrita por um médico? Ou até mesma a requisição de um exame? Isso no NIS é passado.
Além destes, até mesmo os prontuários em ficha e guias de referência, que também eram escritos manualmente, são informatizados nos dias de hoje. Dentro de cada consultório, os médicos lançam todas essas informações diretamente no prontuário eletrônico, através do software, aumentando a segurança e efetividade da consulta, minimizando erros causados talvez por uma palavra mal escrita ou mal interpretada. Anteriormente, até mesmo triagem ou pré-consultas eram lançadas manualmente.

Exames
Segundo o coordenador, era triste constatar, em dias de chuva, pacientes em filas improvisadas na porta do NIS para a realização de exames de sangue. Muitos chegavam ao local antes das seis da manhã.
Com isso, era necessário também que sempre um funcionário do NIS chegasse próximo a este horário para distribuir as senhas. Havia muitos desentendimentos por conta da vez na fila ou até mesmo com relação aos pacientes preferenciais, como gestantes, cadeirantes e idosos.
Com a informatização, não existe mais este sofrimento dos pacientes. Hoje em dia, as coletas são distribuídas por horário, entre as 8h e as 10h25, sempre com agendamentos pós-consultas. Sem mais a necessidade do paciente madrugar na fila, ele pode chegar cinco minutos antes do seu horário que dentro de minutos, será atendido.
Atualmente, o NIS III possui 50 computadores e dez consultórios com impressoras, o que permite que os profissionais utilizem o equipamento nas 20 especialidades que o Núcleo oferta.  “A informatização implantada na nossa unidade, além de trazer transparência e agilidade, deu um impacto positivo no gasto anual do município, promovendo uma economia de cerca de 150 mil reais por ano”, cita.
“Isso demonstra na prática que, para ofertar um bom serviço, não basta ter muito dinheiro ou uma equipe muito grande. O que importa é implantar uma logística de trabalho com qualidade e contar com uma equipe disposta a cumprir seu papel. Com muita disposição e trabalho, estamos ajudando a transformar a cara da Saúde em Campo Largo”, finaliza Marques.
Novos horários
Ainda no início de 2015, foi definido que o NIS iria funcionar diariamente das 8h às 15h para o atendimento dos pacientes em geral. A mudança foi decorrente da alteração da lei n°7.498, que passou a vigorar em janeiro deste ano, fixando a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem em 30 horas semanais.
Com isso, o serviço interno administrativo, que antes acontecia no mesmo horário dos atendimentos aos pacientes, foi realocado para acontecer das 7h às 8h e das 15h às 17h, aumentando o número de profissionais nos horários de pico. “Não houve redução do serviço ofertado em hipótese alguma. Temos funcionários dentro da unidade ininterruptamente, das 7h às 17h, trabalhando para atender a população que mais precisa de atendimento”, diz.

Planos
E a informatização não deve parar por aqui. Marques conta sobre a intenção do Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, Alexandre Xavier, de equipar e integrar todas as UBS do município. “Nosso prefeito e nosso secretário estão trabalhando para que todos os postos de saúde da cidade estejam interligados, facilitando a vida dos profissionais de cada local. Os Centros de Atenção Psicosocial de Campo Largo (CAPS AD e CAPS 2) já estão sendo introduzidos ao sistema e em breve, as primeiras unidades que vão receber a informatização serão os postos do Ferraria e Bateias, pois tratam de especialidades”, comenta.
“Sabemos que tudo depende muito do orçamento do município. Mas caso o plano se concretize, vamos conseguir cortar muitos custos com medicamentos, por exemplo, visto que uma pessoa, burlando a lei e mudando seu endereço, consegue pegar medicamentos em várias unidades de saúde diferentes. Teremos mais economia, rapidez, transparência e segurança”, finaliza o coordenador.