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Saúde

Olhos

Saúde dos olhos merece atenção e cuidado. Oftalmologista alerta para o perigo de usar colírio aberto a mais de 30 dias e ainda se automedicar, e dá outras orientações.

Olhos

30/06/2016

Não é apenas quando há algum tipo de problema nos olhos, seja ele por alergias, irritações e necessidade do uso de óculos, que deve-se ir ao oftalmologista. As visitas ao médico especialista em olhos deve ser feita anualmente, semestralmente ou segundo a indicação médica para aqueles que usam óculos e sempre que os olhos apresentarem algum tipo de alteração, como coceira, vermelhidão e secreção.

A médica oftalmologista Graciele Ceccatto Rorbacker explica que muitos pacientes, quando apresentam quadros inflamatórios ou alérgicos, acabam usando colírios que têm em casa, o que prejudica mais ainda. “Muitos pacientes fazem uso de restos de medicamentos que ficam em casa. É muito errado fazer isso, pois poucos sabem que o colírio tem validade de apenas um mês depois de aberto, independente da data de validade que está impressa na caixa ou no frasco. Além disso o colírio é para uso pessoal, sendo intransferível”.

O problema de “emprestar” ou repassar o colírio para outra pessoa é a contaminação que pode acontecer ao pingar o colírio no olho. “Não é porque duas pessoas, por exemplo, convivem juntas que elas terão o mesmo problema. É necessário as duas passarem por consulta e cada uma ter o seu medicamento. Muitas vezes ao aplicar o medicamento nos olhos o frasco pode encostar um pouco nos olhos e ser contaminado”, diz. A médica também ensina como aplicar o colírio no olho: deitado ou sentado com a cabeça inclinada para trás, abra a pálpebra inferior com cuidado, olhando para cima, aplique o número de gotas recomendado pelo médico e então feche o olho por aproximadamente 30 segundos.

Usar um colírio sem prescrição pode causar danos sérios, pois muitas vezes o medicamento apresenta componentes em sua fórmula que podem causar doenças graves, como o glaucoma, que pode provocar danos irreparáveis no nervo óptico.

As maquiagens também devem ser bem cuidadas e de procedência. Elas podem causar irritações nos olhos e cílios, o que pode precisar de uma visita ao médico. “Sempre que o paciente iniciar o uso de uma maquiagem nova deve estar atento a reações adversas como vermelhidão, coceira tanto na pálpebra, interior ou rente aos cílios. Caso apresente algum desconforto deve parar de usar todo e qualquer produto no rosto, principalmente nos olhos e procurar orientação médica”, aconselha.
Maquiagens não devem ser emprestadas, nem mesmo para pessoas próximas, como família e amigos, é recomendado a limpeza semanal de pincéis e o cuidado com os prazos de validade.

Outro ponto abordado pela médica é o cuidado ao comprar óculos de sol. “Apesar de no inverno poucas pessoas possuírem o hábito de usar óculos de sol, é sempre bom orientar para que na hora da compra busque por óticas que possuam óculos de procedência, com a devida proteção, pois um óculos falsificado não vai proteger. Os raios solares UVA e UVB continuam passando e acabam mais prejudicando do que ajudando”, explica.

A Academia Americana de Oftamologia explica o porquê: quando o Sol está muito forte, você aperta o seu olhar e as pupilas contraem para que menos luz entre nos olhos; quando você coloca um óculos escuro a pupila relaxa e mais luz entra no olho. Caso esse óculos não tenha proteção, a pessoa expõe os seus olhos à luz e consequentemente a doenças como catarata, degeneração macular e até mesmo o desenvolvimento de melanoma ocular, um tipo raro de câncer nos olhos.
Pais em alerta

As crianças também devem visitar o médico oftalmologista com frequência. Muitos pais só levam as crianças após perceberem alguma queda de rendimento ou percebem que há algo errado com a visão dos pequenos. “Quando a criança nasce é realizado pelo pediatra o Teste do Olhinho, que permite ver se a criança tem algum problema de opacidade, como a catarata. Depois dessa fase, quando a criança completa um aninho, é preciso ficar atento para sinais, como choque com móveis ou forçar os olhos, que podem significar que ela tem algum grau. Como a criança ainda não consegue reclamar, os pais muitas vezes não percebem. O médico oftalmologista consegue examinar com maior precisão esses casos”, diz a médica.

A grande questão em deixar de levar as crianças ao médico está no desenvolvimento do olho com problema. “Toda a criança até os sete anos tem o desenvolvimento máximo da retina. O olho pode crescer depois, mas a retina permanece segundo o seu desenvolvimento nessa fase. É importante passar pela consulta porque se houver a necessidade de usar óculos e não fazê-lo, a criança não consegue enxergar adequadamente depois dessa fase”, explica.

Os pais devem deixar longe das crianças materiais pontiagudos, abrasivos, como gliter ou purpurina, colas no geral e produtos químicos que em contato com os olhos podem dar reações bastante perigosas. “Um objeto pontiagudo, como um lápis que a criança usa para desenhar, pode em caso de acidente perfurar o olho e levar à cegueira. Qualquer tipo de material quando entra em contato com os olhos da criança os pais devem trazer o quanto antes ao médico oftalmologista. Levar ao hospital também irá ajudar, mas o médico oftalmo poderá avaliar com todos os aparelhos qual a intensidade do machucado e qual o procedimento correto a ser adotado”, orienta a médica.