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Saúde

Pré-natal ajuda as futuras mães a evitar partos prematuros

Médica ginecologista e obstetra explica quais situações podem colocar as mulheres em risco de parto prematuro e como o pré-natal pode mapear e evitar esses casos

Pré-natal ajuda as futuras mães a evitar partos prematuros

Partos prematuros são ocasionados por vários fatores, que podem compor desde problemas na saúde da mãe como ocorrências na gravidez, que acabam facilitando a entrada em trabalho de parto. Para a investigação e prevenção desses fatores de risco, é importante a realização do pré-natal.

A médica ginecologista e obstetra Marina Nunes Machado explica que é considerado parto prematuro parturientes que dão à luz bebês abaixo das 37 semanas completas. Acima de 37 semanas a gestação é considerada de termo, já de 36 semanas e seis dias ou menos, gestação pré-termo, também chamada de prematura. “Podemos dividir didaticamente as causas de prematuridade entre espontâneas e não espontâneas. O parto prematuro espontâneo é aquele onde a mãe entra em trabalho de parto antes da hora, ou seja, tem contrações efetivas, dilatação e nascimento. O parto prematuro não espontâneo é aquele onde ocorre o nascimento indicado e realizado antes da hora, devido ao risco de vida da mãe ou do bebê.”

De acordo com a médica, é possível elencar as principais causas da prematuridade espontânea e da não-espontânea. Na espontânea, as causas mais comuns são a infecção, sendo a principal a urinária, gemelaridade, excesso de líquido amniótico - chamado na Medicina de polidramnio, incompetência do colo uterino, miomas, anemia, uso de drogas ilícitas. Já no caso de prematuridade não-espontânea estão a pré-eclâmpsia ou hipertensão gestacional, diabetes, insuficiência placentária, placenta baixa, descolamento prematuro de placenta, crescimento fetal abaixo do esperado, doença cardíaca materna, entre outras.

Há mulheres que são mais propensas ao parto prematuro, como as portadoras de infecções urinárias de repetição, obesas, e as que já realizaram cirurgias no colo uterino. “A mulher que teve um parto prematuro em gestação anterior tem um risco de 15% a mais de ter outro prematuro. Se já teve dois partos prematuros previamente, tem um risco de 32% a mais, quando comparado à população em geral, de prematuridade”, diz.

Pré-natal desde o início

Dra. Marina orienta que o melhor a fazer para prevenir o parto prematuro é manter as consultas em dia durante todo o pré-natal, que já deve ser realizado desde o recebimento da notícia da gravidez. “A imensa maioria das causas de prematuridade pode ser contornada ou evitada com um atendimento pré-natal bem feito. Também aconselho para as futuras mães que elas façam uma consulta antes de engravidar, pois as gestações planejadas frequentemente têm menos complicações. Às mulheres que já estão gestando, oriento que levem o comparecimento às consultas de pré-natal a sério, iniciem o mais precocemente este acompanhamento, executando sempre os exames solicitados, seguindo as orientações e não fiquem com dúvidas, perguntem sempre que acharem pertinente”, diz.

Em risco de parto prematuro

A ginecologista dá recomendações do que fazer caso a mulher apresente sintomas preocupantes. “Procurar atendimento emergencial se, em uma gestação pré-termo, sentir contrações, como barriga dura e dolorosa a cada 10 minutos, perda de líquido ou sangue via vaginal, parada das movimentações fetais por mais de quatro horas. Se for uma gestante hipertensa, ainda procurar emergência em casos de alterações visuais, vista borrada ou vendo ‘estrelinhas’, dor de estômago ou dor na nuca”, recomenda.

Mulheres que apresentam risco de desencadear um trabalho de parto prematuro devem manter repouso, aumentar a ingestão de água, usar de forma correta e obedecer os horários das medicações específicas prescritas pelo médico, e em alguns casos, devem ser hospitalizadas, finaliza a Dra. Marina.