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Geral

Simpatia contra a Bronquite

01-04-2010

Simpatia contra a Bronquite será à zero hora desta sexta-feira, Dona Isolina, hoje com 76 anos, diz que o resultado da simpatia atrai mais gente, todos os anos.

Simpatia contra a Bronquite

 01-04-2010

 A tradicional Simpatia contra a Bronquite, que é realizada toda Sexta-feira Santa, terá início à zero hora no prédio da Escola Municipal Reino da Loucinha, na Rua do Centenário. Para organizar o atendimento e reduzir o tamanho da fila, senhas serão distribuídas nesta quinta-feira, a partir das 13 horas, no hall de entrada da escola. Isolina Zanlorenzi Perussolo atenderá pessoalmente cada uma das pessoas que comparecerem ao local, com senha, a partir dos primeiros minutos da madrugada de Sexta-feira.
     Há mais de 20 anos Campo Largo é a "Capital da Simpatia", atraindo, na Semana Santa, pessoas de vários municípios da região em busca da cura quase milagrosa da Bronquite. As pessoas acreditam que a cura acontece através de uma simpatia, em uma Oração, que passa de geração a geração de mulheres "escolhidas" pelos mestres, as quais têm a missão de fazer o bem, sem cobrar nada por isso.
     Simpatia
     Dona Isolina, a "Dinda", como é conhecida, hoje com 76 anos de idade, começou a realizar a simpatia há 55 anos, junto com dona Genoveva, e o trabalho se intensificou após a morte de dona Genoveva Sávio, a quem ajudava nesta tarefa, a cerca de dez anos. Ela mesma foi curada de Bronquite graças à simpatia da velha mestra. Muitas das pessoas que ela atende, fazem questão de ajudar nas despesas, mas ela não cobra e nem deixa ninguém cobrar nada, pela simpatia.
     Para realizar a simpatia, dona Isolina colhe pedaços da unha e nove pontas de cabelo das pessoas. Antes do por do Sol, na Sexta-feira Santa, ela reúne tudo, e faz a reza milagrosa. O que é feito, com o material, é um segredo que ela não conta, "se contar a gente perde a força, não é?", diz ela.
     É comum as pessoas, mesmo curadas, continuarem, todos os anos, a fazer a simpatia, trazer filhos menores, parentes, gente de longe, inclusive de outros estados, que vem só para receber a reza. Outros tornam-se voluntários, e ajudam dona Isolina nos dois dias de trabalho intenso. "São 18 a 20 horas de trabalho, temos que distribuir senha, atender o público, anotar nomes, providenciar comida, são 30, às vezes 50 voluntários", disse Isolina. Ela não gosta de ser chamada de benzedeira, "não é benzimento, é uma reza, uma simpatia que eu faço".
     O tempo é curto, dona Isolina atende desde os primeiros minutos da madrugada da Sexta-feira, até por volta das 17 horas. Todos os anos cerca de duas mil pessoas passam pela rezadeira, sempre na Sexta-feira Santa. Ela também atende em outros dias do ano, em sua residência, no Ouro Verde, sempre nas luas Minguante.