Campanha está sendo realizada para aumentar as doações de sangue. Somente no Hospital do Rocio, 700 transfusões sanguíneas são realizadas mensalmente.
20/06/2016
Vermelho, rosa, azul, amarelo. Aos poucos os meses do ano estão ganhando cores para criar conscientização sobre temas pertinentes ligados à saúde e ao bem-estar da sociedade como um todo. Junho foi o novo escolhido para ganhar uma cor, ela é a vermelha. Tudo porque o mês abriga uma data muito importante, o dia 14 de junho, quando é lembrado do doador de sangue.
Aline Kuklik Fedalto, coordenadora da agência transfusional do Hospital do Rocio, conta que o hospital chega a realizar cerca de 700 transfusões por mês. “Depois que mudamos de endereço aumentou a rotatividade no hospital e o nosso volume de transfusão é bem grande, devido principalmente ao alto número de leitos. Só na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são 200. Utilizamos entre 1.200 a 1.400 hemocomponentes por mês, que estão incluídos as hemáceas, as plaquetas, o plasma e o crioprecipitado (ulitizado em pacientes com deficiência de fatores de coagulação).”
Ela ainda explica que há casos que exigem um maior volume de transfusão sanguínea. “Entram como alta complexibilidade as cirurgias cardíacas, ortopédicas, neurológicas e oncológicas, e em todas há uma necessidade grande de estoque de bolsas de sangue para que seja feita a transfusão”, detalha.
Campo Largo ainda não dispõe de um local para que seja realizada a doação de sangue. Segundo o Hemepar, não estão ainda previstas visitas do ônibus de coleta para esse ano, em decorrência de problemas da agenda do órgão, mas aqueles que quiserem doar podem agendar uma doação ou comparecer no Hemepar - Travessa João Prosdócimo, 145, Alto da XV - ou no Hemobanco - na Rua Capitão Souza Franco, 290, Bigorrilho - ambos em Curitiba.
O Hospital do Rocio explica que as doações devem ser feitas preferencialmente no Hemepar, pois é o banco que mantêm o setor de transfusões do hospital em Campo Largo. O Hemepar funciona das 7h30 até às 18h30. Para maiores informações sobre o funcionamento do banco de sangue, basta ligar no número (41) 3281-4000.
Doação
Estão aptas a realizar a doação pessoas com idades entre 18 e 68 anos, com peso acima de 50 kg, que não tenha contraído ao longo da vida Hepatite B ou C, Doença de Chagas, Sífilis, AIDS, HTLV (T-linfotrópico humano). No caso das mulheres grávida, devem esperar de 90 a 180 dias após o parto. No dia da doação é importante estar bem alimentado e descansado e caso esteja gripado é necessário aguardar sete dias após a recuperação para poder doar. Homens podem realizar a doação a cada 60 dias e mulheres a cada 90 dias.
O Hemepar explica que após a doação são realizados exames para classificar o sangue quanto ao seu tipo e também testes sorológicos a fim de detectar a presença de doenças infecciosas. Cada doação pode ajudar cerca de quatro pessoas.
O sangue também possui validade. Um concentrado de hemácias pode durar de 35 a 42 dias, dependendo da conservação. Já o plasma fresco congelado chega a durar um ano, assim como o crioprecipitado. Dos hemocomponentes o que tem o menor prazo de validade é o concentrado de plaquetas, que dura apenas cinco dias.
Por ser inverno no Hemisfério Sul, nessa época do ano as doações diminuem e os bancos de sangue enfrentam dificuldades em atender a alta demanda de sangue, por isso a importância de estimular a doação de sangue.
Palavras de um doador
O analista de sistemas Fábio Bot da Silva contou para a redação da Folha que começou a doar quando tinha 25 anos, pois um colega de trabalho precisou receber uma transfusão. “Eu me senti incrivelmente bem. Não estou falando só do corpo, mas o ato de doar fez com que eu me sentisse mais feliz por estar ajudando. Já são quase 20 anos ajudando e incentivando outras pessoas a praticarem o ato também.”
Ele disse que sente falta de um posto de coleta em Campo Largo. “Ter aqui um local específico para a doação de sangue facilitaria muito, já que não é sempre que eu posso ir para Curitiba. Lembro também que tinha uma época que vinha ônibus da Hemepar, mas eu nunca ficava sabendo que eles estavam aqui, então acabava não dando certo”, relata.
“Agora eu tive que me ausentar das doações porque estou com problemas de saúde e faço um tratamento, mas assim que o meu médico autorizar, vou voltar a doar sangue para que eu sinta o bem-estar de ajudar o próximo novamente”, finaliza.