Uma referência em qualidade, uma marca que eleva o nome de Campo Largo pelo mundo afora, que está presente nos melhores restaurantes, bares e hotéis.
Uma referência em qualidade, uma marca que eleva o nome de Campo Largo pelo mundo afora, que está presente nos melhores restaurantes, bares e hotéis. A história da Porcelana Schmidt está totalmente ligada à história da cidade, pela valorização de sua produção que fortalece o nome de Campo Largo como capital da Louça. Uma empresa sólida, que tem superado desafios e neste ano comemora 80 anos de fundação.
Pela sua importância na economia da região e por ser uma das mais tradicionais indústrias do Paraná e do Brasil, a Assembleia Legislativa do Paraná realizou, nesta terça-feira (08), uma sessão solene no Plenário da Casa de Leis, como forma de homenagem. A data oficial da fundação da empresa é agosto de 1945 e a comemoração foi antecipada, marcando esse importante ano para a Schmidt.
A proposição foi do deputado Fabio Oliveira (Podemos), valorizando a qualidade na produção de porcelanas, as quais estão presentes na mesa e na memória afetiva de milhões de paranaenses, conforme divulgou a imprensa oficial da Alep. “A Porcelana Schmidt é um verdadeiro patrimônio da indústria paranaense. Mais do que produzir louças, ela leva a tradição, a qualidade e a identidade do nosso estado para a mesa de milhões de brasileiros. Essa homenagem é um reconhecimento à sua história, à sua contribuição econômica e ao orgulho que representa para todos nós”, afirmou o deputado.
Estiveram presentes o gestor Nelson Luiz Vieira de Morais Lara, o presidente Artur Kurt Krämer, o superintendente de produção Roberto Lange, superintendente administrativo Ginaine Szesz, superintendente financeiro José Domingos Castelli, o controller Davi Carelli, a gerente Christian Ernest Fichtler Schmidt, os acionistas Martin Alfredo Schmidt e Harry Franz Schmidt, a supervisora de Produção Decorada Mirian Lia Schmidt, a supervisora Produção Branca Rosi Jose Alves Cardoso, coordenadora do Administrativo Rosi Dranka Bubniak e gerente de vendas Ivo Van Den Boom. De autoridades compareceram a vice-prefeita Chrystiane Chemin acompanhada da assessora do prefeito Elizabeth Winheski, como também os vereadores Athos Martinez, André Gabardo, Junior Polaco Preto e Victor Bini, como também o corpo jurídico do escritório Vedolim & Teixeira Advogados Associados.
Passado de superação e futuro promissor
Com uma trajetória que atravessa gerações, a Porcelana Schmidt é uma das marcas mais tradicionais do país. “Como toda empresa brasileira familiar, a Schmidt tem histórias muito importantes. Fomos precursores em muitos sentidos. Começamos a exportar para os Estados Unidos já em 1948”, destaca Nelson Lara, gestor da companhia.
O auge da empresa ocorreu entre as décadas de 1960 e 1980, quando se consolidou como a principal fábrica de porcelana do Brasil. No entanto, com o avanço da produção chinesa e a abertura econômica nos anos seguintes, boa parte da indústria cerâmica nacional foi impactada — muitas acabaram fechando as portas. “Foi um novo período para o Brasil, que dizimou grande parte das indústrias cerâmicas e de porcelana do país”, relembra Nelson.
Apesar disso, o polo cerâmico de Campo Largo resistiu melhor ao impacto da concorrência chinesa. Um dos fatores que contribuiu para isso ao longo dos anos foi a sobretaxa aplicada à louça chinesa, o que permitiu a recuperação de empresas brasileiras e garantiu fôlego ao setor. “Fizemos uma mudança drástica no mercado. A sobretaxa facilitou a expansão de empresas nacionais e ajudou o setor a sobreviver.”
Nos últimos 15 anos, a empresa viveu um ciclo de investimentos importantes, como a instalação de um forno moderno, sinalizando a busca contínua por modernização. No entanto, em 2016, a empresa entrou em recuperação judicial. “Nunca imaginávamos que levaríamos tantos anos nesse processo. Até hoje a homologação não foi concluída, e aguardamos ansiosamente por isso”, afirma o gestor. Paralelamente, a Schmidt obteve êxito em negociar uma transição tributária, que reduziu sua dívida para menos de 10% do valor original. A ausência da homologação, contudo, ainda impede ações estratégicas como a venda de imóveis, que poderia contribuir para regularizar a situação financeira e impulsionar a retomada do crescimento.
Mesmo enfrentando obstáculos, a Porcelana Schmidt segue como a marca mais reconhecida do país, especialmente entre as mulheres brasileiras, como um símbolo de tradição e qualidade. “Buscamos nos diferenciar por meio do design, variedade de modelos e uma linha ampla de produtos renovada a cada ano, fugindo da competição apenas por preço”, explica Nelson.
Além do setor de varejo, a Schmidt também lidera o segmento de louça técnica, voltado para restaurantes, bares e hotéis e esse um futuro bastante promissor para a empresa. Estão atentos também a um público mais jovem, tendo um lançamento recente, o Gress Real, que combina design contemporâneo com massa semelhante à porcelana tradicional. Esse produto chega com preço mais acessível e reforça a versatilidade e inovação da marca.
Atualmente, a empresa mantém cerca de 700 colaboradores distribuídos entre suas três unidades – em Campo Largo, Pomerode em Santa Catarina e Mauá em São Paulo – e segue comprometida em honrar seus compromissos, com resiliência e foco no futuro. “Estamos lutando para superar este momento, acreditando no potencial da marca e na força da nossa história”, conclui o gestor.
Uma das maiores recuperações judiciais do Paraná
A Recuperação Judicial da Porcelanas Schmidt iniciou em 2016. Até 2021 a legislação tributária federal não dava muita margem para efetivamente resolver a questão tributária devidos aos valores bastante expressivos, conforme explica o advogado Marcelo Bitencourt de Campos, do escritório Vedolim Teixeira & Advogados Associados, um dos responsáveis pelos processos tributários da empresa.
“Havia condições de parcelamento, mas, com valores vultosos devidos, precisava de algo mais factível para acordo com a União. Com a mudança na legislação e um período de três anos de negociações e análises, foi assinado em dezembro de 2024 um acordo para criar um plano factível de pagamento dos tributos federais devidos”, explica o advogado, lembrando que o valor da dívida passava de R$ 1 bilhão e foi reduzida a R$ 150 milhões para pagamento em dez anos.
Foram necessários ajustes no Plano de Recuperação Judicial porque alguns bens que as empresas do grupo possuem passaram a ser garantias no acordo. Demandou mais uma assembleia de credores e já foram etapas vencidas, conforme frisa Dr. Marcelo. Neste momento, aguardam a juíza responsável pela recuperação homologar definitivamente o Plano de Recuperação que foi concluído agora em 2025, com as adequações. “Esperamos que se resolva o mais breve possível e assim a empresa ganha fôlego para continuar prosperando”, acrescenta.
O advogado ressalta que este foi um trabalho feito a várias mãos, sob supervisão do Dr. Celso Teixeira, o qual acompanha todo o processo de perto e diante do direcionamento dele todos os advogados trabalharam muito para que esse acordo da transação tributária fosse possível. Seguem focando nas medidas judiciais cabíveis para buscar a redução do passivo tributário, porque há muito passivo prescrito pelo tempo decorrido desde que essa dívida teve início.
História da Porcelana Schmidt
Em 1945, a família Schmidt fundou a Porcelana Schmidt em Santa Catarina e em 1948, adquiriu a Porcelana Real, fazendo a fusão das duas fábricas. Em 1956, a família Schmidt adquiriu uma terceira unidade fabril, na cidade de Campo Largo, denominada Porcelana Steatita. Ainda na década de 1950, com constantes inovações tecnológicas, o grupo Schmidt exporta pela primeira vez aos Estados Unidos. Na década de 1960, já líder absoluta do mercado brasileiro de porcelana, vira sinônimo de qualidade e ícone do setor de Mesa Posta. Na década de 1970, atuando em todos os segmentos, funde-se em uma única marca: Porcelana Schmidt.
Em 1973, a Diretoria da Schmidt resolveu construir, na unidade de Campo Largo, o maior forno de porcelana do mundo. Medindo 134 metros de comprimento, em túnel contínuo, o gigantesco forno teve sua construção concluída três anos depois, em 1976, quando foi aceso.
Nos anos 1980 e 1990, com uma grande linha de produtos, a Schmidt se solidifica como líder no setor, reconhecida internacionalmente como lançadora de tendências e referência mundial de qualidade. Com três unidades fabris, a Schmidt mantém seu compromisso junto aos clientes e consumidores. Construído nestas décadas a contínua busca da qualidade suprema e, a prestação de serviços junto aos seus clientes e consumidores finais. A Schmidt é uma marca com presença garantida na mesa de milhões e milhões de famílias de diferentes nacionalidades espalhadas pelo mundo.