Nesta quinta-feira (01), é celebrado o Dia do Trabalhador, e grandes festas, inclusive em Campo Largo, e estão sendo realizadas em várias localidades. Entretanto, essa celebração da mão-de-obra, nos mais variados níveis – desde o trabalhador que atua no serviço braçal, que “que marca a pele”, até o mais influente diretor da empresa, responsável pelas estratégias diárias e crescimento do negócio – devem ser valorizados. Um convite à reflexão sobre a realidade de milhões de brasileiros é lançado para nós, sobre estes que, mesmo diante de desafios diários, continuam sustentando a economia com sua força de trabalho.
É inegável que estamos vivendo em um país onde se trabalha muito, mas se ganha pouco. Isso não é culpa das empresas, que querem dar salários baixos aos seus funcionários – não em sua maioria -, mas se dá pela alta carga tributária que pagamos a cada bala que compramos diariamente. O poder de compra do trabalhador brasileiro está cada vez mais comprometido. A inflação elevada nos itens essenciais, aliada aos baixos salários e à alta informalidade, torna a sobrevivência quase uma “missão impossível” para grande parte da população, que luta para equilibrar vários pratos diariamente. Com isso, o resultado que temos são de famílias endividadas, jovens sem perspectivas e profissionais qualificados buscando alternativas fora do país ou recorrendo a trabalhos precários para complementar a renda.
Ampliando um pouco mais a nossa visão sobre o trabalho, também chegamos a mais um desafio enfrentado pelos trabalhadores, que são os acidentes de trabalho. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, no Brasil foram registrados 612.900 acidentes de trabalho em 2022 — o que totaliza a média de mais de 1.600 por dia. Desse total, 2.538 trabalhadores, infelizmente, perderam suas vidas. Vale ressaltar aqui que estes dados se referem apenas aos trabalhadores formais, ou seja, o número real, considerando os informais e os casos subnotificados, pode ser ainda maior. Mais do que um acidente de trabalho, cada um destes registros representa uma tragédia pessoal e familiar.
Para este mês de maio, avanços na área do Direito do Trabalho devem ser visualizados no Paraná e em Campo Largo. Está programado para acontecer a 9ª Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, entre os dias 26 a 30 de maio, uma ação promovida pela Justiça do Trabalho, que busca resolver conflitos entre empregados e empregadores por meio de acordos, evitando a morosidade das sentenças judiciais. Uma alternativa rápida, segura e menos desgastante de garantir direitos e permitir que as empresas cumpram suas obrigações sem comprometer seu funcionamento. A Vara do Trabalho de Campo Largo, por exemplo, pretende superar neste ano os R$ 343 mil conciliados em 17 processos em 2023.
O Brasil precisa de crescimento, sim, mas não a qualquer custo. Um país que cresce sem distribuir riqueza, que ignora a dor de quem constrói suas bases e que banaliza o sofrimento no ambiente de trabalho, está fadado a repetir injustiças. Neste Dia do Trabalhador — ainda que já tenha passado - é preciso repensar o valor do trabalho e respeitar quem move o Brasil, promovendo valorização, segurança e justiça.
Opinião
O trabalho move o Brasil, mas precisa ser mais valorizado
