Atingidos diretamente por uma agenda corrida de compromissos e responsabilidades, quando os dias parecem ter bem menos que 24 horas, vem também sobre todos nós, homens e mulheres, a necessidade de sermos presentes, responsáveis com o afeto e o emocional do outro. Com este pensamento, lembrar que o Dia dos Pais será celebrado neste domingo (10) nos chega com um contexto diferente, soando mais como um convite para que o tempo entre pai e filho tenha uma "pausa no universo de segundos velozes" e possa ser verdadeiramente aproveitado.
O pai pode ser nas famílias aquela figura um pouco mais distante, que sai muito cedo de casa para o trabalho e é o último a chegar, já cansado do trabalho. Ele também pode ter aquela versão mais "temida" na infância, de que “não deve ser incomodado com preocupações pequenas”, ou ainda ser o sinônimo de “suprema corte da casa”. Entretanto, o pai também é um ser humano que ama e se importa com seus filhos, que deve participar dos grandes momentos, mas também estar ciente dos pequenos detalhes do cotidiano que o cercam e fazem da nossa casa um lar.
É bem verdade que, infelizmente, alguns homens estão limitados a uma função biológica, financeira ou disciplinar que a paternidade e a sociedade impõem sobre os homens. Porém, o pai de verdade é aquele que se faz presente todos os dias, no olhar que encoraja, no tempo que dedica a ensinar as “coisas de pai”, na escuta que acolhe, no erro que pede perdão, nos sábios conselhos quando a dúvida surge.
Uma ausência paterna por escolha de um homem, "pai" de uma criança, pode gerar marcas profundas, como se estivesse faltando uma parte de si. É comum por parte destes filhos, privados de um relacionamento tão saudável com seus pais, os questionamentos "será que é minha culpa?", "será que eu fiz alguma coisa?", quando isso não é verdade. Para algumas pessoas que viveram essa triste realidade, a paternidade real pode ser até mesmo ser um caminho de cura, quando estes homens escolhem ser e dar para seus filhos o amor que tanto sentiram falta.
Homens que escolhem ser pais - de corpo e alma -, e estar de maneira íntegra ao lado de seus filhos muitas vezes descobrem uma versão de si mesmos que não sabiam existir. Ao cuidar, se tornam mais humanos; quando ouvem, se tornam mais sensíveis e quando protegem, se tornam mais conscientes do que realmente importa. Mas é ao amar um ser tão pequeno que eles se transformam, porque assumir a paternidade com responsabilidade não limita um homem, mas eleva o seu “próprio eu”. Que neste Dia dos Pais, mais pais decidam ser, estar, ficar e amar, tornando-se presença viva, constante e marcante na vida dos seus filhos, regando-os com bons exemplos, pois cada vez mais o mundo precisa de homens e mulheres inteiros.
Opinião
Ser pai não é apenas “gerar”, mas é “ser” e “estar”
