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Porcelanas Schmidt reduz atividades em Pomerode e traz toda produção para Campo Largo

Quase mil toneladas em equipamentos já chegaram em Campo Largo para montar a nova área de produção na Porcelanas Schmidt, que deve estar concluída até o dia 10 de junho.

Porcelanas Schmidt reduz atividades em Pomerode e traz toda produção para Campo Largo

Quase mil toneladas em equipamentos já chegaram em Campo Largo para montar a nova área de produção na Porcelanas Schmidt, que deve estar concluída até o dia 10 de junho. A empresa anunciou a redução das atividades em Pomerode/SC, com demissão de 50 funcionários, para concentrar o processo produtivo apenas na unidade fabril em Campo Largo.
Artur Kramer, presidente da Porcelanas Schmidt, e Roberto Lange, diretor de produção da empresa, acompanhados do advogado Pedro Teixeira, deram entrevista à Folha argumentando que foi preciso tomar essa decisão estratégica como questão de sobrevivência em meio à crise com a Covid-19. Segundo eles, estavam otimistas com 2020, com lançamentos na feira de São Paulo neste ano e com produção em alta após a crise que os levou à Recuperação Judicial em 2016, mas que a atual situação levou à redução na produção, pela própria retração do mercado.

Mesmo quando a situação voltar ao normal é prevista uma retração e, por isso, precisaram readequar a produção. Roberto explica que estão aguardando abrir o mercado, como de São Paulo e Rio de Janeiro, que são compradores de cerca de 70% da produção. “Tem pedidos prontos, mas depende dos clientes quererem receber e disso depende a volta do comércio e de venda”, detalha. A venda online continua, mas está sendo comercializado o que ainda há em estoque. Campo Largo também está com loja aberta e com cerca de 40% do movimento já retomado. As lojas em Londrina e Mauá permanecem fechadas. Todas são terceirizadas.
Pomerode ficará apenas com 15 a 20 funcionários que serão responsáveis em fornecer insumos para a fábrica de Campo Largo. A loja em Santa Catarina se mantém funcionando normalmente. A necessidade dessa redução tem sido muito lamentada pelo grupo, até com tom nostálgico devido à história que construíram. Foi uma decisão difícil, porém necessária.

Produção parada
Desde o dia 20 de março a Porcelanas Schmidt em Campo Largo está com produção parada e mesmo com essa mudança e toda a nova estrutura montada, assim deve continuar até o mercado reagir. Atualmente a unidade local tem 440 funcionários, os quais devem ser mantidos. Quanto a novas contratações, a diretoria respondeu que primeiro vão sentir o mercado e se voltar a produção normal deve necessitar de novos colaboradores.

Nesta pandemia, a empresa entrou no Plano de Suspensão de Contrato de Trabalho Temporário com apoio do Governo, que mantém o pagamento aos funcionários. Hoje está funcionando apenas o Recursos Humanos, Atendimento e pessoal da manutenção que está responsável pela montagem dos equipamentos que vieram de Pomerode.
Roberto frisa que, com toda esta reestruturação, não vão sentir problema em quantidade de peças produzidas nem em qualidade. Vão continuar fornecendo com o padrão de sempre, até mesmo porque todos os produtos já eram finalizados em Campo Largo. Ele detalha que Pomerode mandava os produtos em primeira queima para finalizar aqui em segunda queima a verniz. A unidade local já era responsável pelo produto final desde 2013.

Recuperação Judicial
O advogado Pedro Teixeira comenta que o Plano e Recuperação Judicial da empresa ainda precisa passar por uma assembleia, a qual tinha ficado marcada para acontecer no mês passado e foi cancelada pela Justiça devido à pandemia. Frisa que não há o que a empresa possa fazer no momento, a não ser aguardar uma decisão judicial. Fala-se em até mesmo realizar uma assembleia virtual, mas nada ainda definido.
Enquanto isso, ex-funcionários e fornecedores continuam sem receber os acertos. A dívida hoje passa dos R$ 70 milhões.

História
Em 1945, a família Schmidt funda a Porcelana Schmidt em Santa Catarina e em 1948 adquire a Porcelana Real, fazendo a fusão das duas fábricas. Em 1956, a família Schmidt adquire uma terceira unidade fabril em Campo Largo, denominada Porcelana Steatita. Ainda na década de 50, com constantes inovações tecnológicas, o grupo Schmidt exporta pela primeira vez aos Estados Unidos.

Na década de 60, já líder absoluta do mercado brasileiro de porcelana, vira sinônimo de qualidade e ícone do setor de Mesa Posta. Na década de 70, atuando em todos os segmentos, funde-se em uma única marca: Porcelana Schmidt. Nos anos 80 e 90, com uma grande linha de produtos, a Schmidt se solidifica como líder no setor, reconhecida internacionalmente como lançadora de tendências e referência mundial de qualidade.
Com mais de 70 anos, a Schmidt é uma marca com presença garantida na mesa de milhões e milhões de famílias de diferentes nacionalidades espalhadas pelo mundo.