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Saúde

Manter o calendário de vacinação atualizado é a melhor forma de combater doenças graves

Acompanhar as rotinas médicas e de saúde das crianças é uma obrigatoriedade dos pais e responsáveis.

Manter o calendário de vacinação atualizado  é a melhor forma de combater doenças graves


Acompanhar as rotinas médicas e de saúde das crianças é uma obrigatoriedade dos pais e responsáveis. Essa rotina também inclui o acompanhamento do Plano Nacional de Imunizações (PNI), que incluem doses desde o nascimento da criança até os 10 anos de idade, podendo realizar reforços ao longo dos anos, em casos de isolados e de viagem.

A Folha conversou com a Viviane do Rocio Janz Moretti, diretora de Vigilância em Saúde do município, que explicou melhor sobre a importância da vacinação. “Em um mundo sem vacinas, tínhamos muitos casos de doenças graves e que causavam o óbito de muitas pessoas. Há um investimento muito grande e várias pesquisas na área da saúde para proteger as pessoas por meio da imunização. A partir do momento que a pessoa é imunizada, ela também ajuda a proteger toda a comunidade. Importante ressaltar que todas as vacinas disponíveis hoje no Brasil passaram por rigorosos processos de avaliação, controle de qualidade e aprovação para uso na população.”

Questionada sobre a cobertura vacinal em Campo Largo durante o ano de 2023, Viviane explica que houve um aumento considerável na procura das vacinas disponíveis. Um exemplo citado por ela são as vacinas BCG (protege contra formas graves de tuberculose), Rotavírus, Hepatite B e Pneumo 10, que chegaram a 95% de cobertura vacinal. As próximas metas são o crescimento de cobertura vacinal da DTP (difteria, tétano e coqueluche), da segunda dose de Hepatite B, VIP (vacina inativada poliomielite) e também o reforço da Pneumo 10.

“O calendário é um pouco complexo de ser compreendido, porém nossos profissionais de saúde estão sempre dispostos a explicar e tirar dúvidas dos pais e responsáveis. Nossa meta é sempre chegar/ultrapassar os 95% de cobertura vacinal e conseguiremos isso com apoio da população, que deve ser comprometida em buscar o atendimento. No ano passado aumentamos o horário de atendimento em algumas unidades de saúde para que as pessoas tivessem mais tempo para o atendimento, inclusive depois do trabalho. A vacinação é uma atitude individual, mas quando olhamos com uma ótica mais abrangente, é o individual que se torna uma questão de saúde coletiva”, pontua.

Viviane também explica que há atendimentos especiais para cobertura vacinal no interior do município, aos quilombolas e população indígena. As campanhas durante o final de semana também contribuíram para a maior adesão.

Declaração de vacina
O documento de declaração de vacina é solicitado para realização de matrícula em escolas e colégios públicos e particulares em todo o território nacional, explica Viviane. “Essa solicitação é feita pelos pais ou responsáveis do estudante, levando a carteirinha de vacinação. Nossos profissionais de Enfermagem avaliam e verificam se há doses pendentes sendo realizadas, para a emissão do documento. É importante que a pessoa procure o atendimento na Unidade de Saúde correspondente ao seu endereço. Em geral, essa declaração é solicitada no final do ano, no processo de rematrícula ou matrícula. Porém, ainda no início do ano elas podem acontecer”, salienta.

A diretora segue orientando que essa é uma forma de proteção ao estudante, que convive com outras centenas de pessoas no ambiente escolar. Com a vacina, ele passa a ter o sistema imunológico mais forte contra doenças graves. “Caso a família não queira que aplique alguma vacina específica, haverá uma observação nesta declaração. A instituição de ensino deve cobrar das famílias que essa vacina seja aplicada e caso isso não aconteça, cabe encaminhamento para o Conselho Tutelar”, reforça.

No Paraná, a declaração de vacina está na Lei Estadual nº 19.534, de 04 de junho de 2018 e exime apenas “o matriculado que apresentar atestado médico de contraindicação explícita da aplicação da vacina”, explicando ainda que não apresentar o documento não exime de matrícula, porém “a situação deverá ser regularizada em um prazo máximo de até trinta dias, sob pena de comunicação imediata ao Conselho Tutelar para providências”.

Vacina da Covid-19
Sobre a vacina da Covid-19, Viviane comenta que a vacinação de pessoas com mais de 12 anos tem uma cobertura superior a 90% na primeira dose, mas que o retorno a partir da segunda dose apresentam taxas mais baixa de cobertura. “Quando falamos em vacinação infantil, ainda temos uma resistência maior, chegando a 59% apenas a cobertura vacinal. Temos que reforçar que o vírus é mutável, que podem surgir cepas mais fortes, levar a internamentos e até a óbitos e ninguém quer isso. A imunização é o melhor caminho para a saúde de cada um”, pontua.

Ainda em novembro de 2023, aconteceu na Assembleia Legislativa do Paraná uma Audiência Pública para debater a obrigatoriedade de vacinação contra Covid-19 para crianças a partir de 06 meses até os 05 anos de idade, com a presença de especialistas para esclarecimento acerca da exigência pelo Ministério da Saúde e as possíveis punições em caso de descumprimento e também da população. Ao que se indica, o assunto segue em debate.