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Antiga fábrica de Louças poderá virar Museu

16-10-2009

Em dezembro de 1955 começava a funcionar em Campo Largo a Cerâmica Rio Branco, tendo a frente Seu Alberto Augusto, hoje com 89 anos.


Antiga fábrica de Louças poderá virar  Museu

16-10-2009

A cidade de Campo Largo tem uma tradição de mais de 130 anos. No final do século 19 vieram para cá muitos italianos, poloneses, alemães e portugueses, que ao construírem a cidade partilhando seus conhecimentos, suas práticas culturais e tecnologias, desenvolveram manufaturas de uma qualidade excepcional.

O processo industrial da cerâmica está muito presente na formação social de Campo Largo, no número de trabalhadores que se dedicaram a esta atividade, na riqueza produzida ao longo dos anos para a economia local e na importância da memória fabril, que se confunde com a memória de inúmeras gerações.
     Em dezembro de 1955 começava a funcionar em Campo Largo a Cerâmica Rio Branco, tendo a frente seu Alberto Augusto, hoje com 89 anos. Fruto de sua experiência anterior no setor cerâmico, ele e seu irmão Albino Augusto, enquanto trabalharam em fábricas como a Cerâmica Aurora, foram planejando o sonho do negócio próprio. O primeiro forno foi construído no período da noite, em que Alberto não estava trabalhando. O segundo forno, utilizado para a queima do esmalte, foi construído em 1956, no primeiro ano de funcionamento do Rio Branco. Cerca de 20 anos mais tarde, esses mesmos fornos foram reconstruídos para ampliação da capacidade.
     Anos de trabalho, investimento e o retorno não só para a família, mas para a cidade de Campo Largo, conhecida hoje como um dos principais pólos cerâmicos nacionais e denominada a “Capital da Louça.” Seu Alberto conta que diariamente, nos 40 anos de existência da Cerâmica Rio Branco, eram produzidas de 1800 a 2000 louças. Desde 1998 as máquinas pararam de funcionar e lá Seu Alberto juntamente com o genro Balduino Vidal, (ex funcionário da fábrica de 1977 a 1983) guardam e conservam o maquinário antigo, fornos e até amostras de louças fabricadas.
     O espaço agora é projeto para virar o Museu da Cerâmica, e tem o consentimento dos proprietários. Ao receberem a visita do Prefeito de Campo Largo Edson Basso e do Deputado Federal Ângelo Vanhoni, percorreram a antiga fábrica, contaram toda a história e ao final firmaram a parceria. Para Balduino que foi o responsável, durante a visita, em dar todas as explicações sobre o processo da produção das louças, “fazer o Museu é a forma de para sempre esta história ficar guardada na cidade.”
     A primeira fase se dará através de uma visita técnica do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), para avaliação do local e o início da elaboração do projeto. A articulação junto ao Ibram é compromisso assumido pelo deputado Ângelo Vanhoni, que também com o Prefeito Basso dará início nos tramites jurídicos da cessão da propriedade para a Prefeitura.
     Para o deputado federal Ângelo Vanhoni, “o Museu da Cerâmica pode além do resgate da história da produção da louça no município, contribuir no processo educacional dos jovens. Podemos incluir no projeto oficinas permanentes sobre o manuseio com a cerâmica, fazer demonstração pratica aos turistas, entre outras possibilidades.”