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Reforma Tributária é discutida em evento

Empresários campo-larguenses, como também o prefeito e vice-prefeito municipal estiveram presentes no evento do Lide - Grupo de Líderes Empresariais, organizado pela presidente do grupo a nível Paraná, Heloisa Garr

Reforma Tributária é discutida em evento



Empresários campo-larguenses, como também o prefeito e vice-prefeito municipal estiveram presentes no evento do Lide - Grupo de Líderes Empresariais, organizado pela presidente do grupo a nível Paraná, Heloisa Garrett. A importante discussão, na Universidade Positivo no último dia 20, foi sobre a proposta de Reforma Tributária, com presença do economista Luiz Carlos Hauly e da Joice Hasselmann, líder do Governo no Congresso Nacional.

Heloisa Garrett abriu o evento se pronunciando pela primeira vez como presidente do Lide Paraná. Aproveitou para destacar que o Estado é um dos mais representativos no grupo e com isso tem uma grande responsabilidade. O projeto, agora, é expandir para o interior do Estado, onde é forte o agronegócio.

 

O evento foi uma oportunidade de entender mais sobre esse processo de Reforma Tributária. Joice comentou que será necessário popularizar o assunto, para ganhar força e assim conseguir aprovação dos políticos. Assim como foi com a Reforma da Previdência. Enfatizou que o Brasil tem o pior sistema tributário do mundo, em que qualquer negócio tem como sócio o Governo, que tributa muito, principalmente o consumo, o que na opinião dela não deveria acontecer. Para ela, o mais inteligente seria tributar o lucro, mas hoje mesmo com prejuízo uma empresa paga muito imposto, o que muitas vezes torna insustentável se manter.
Ela falou abertamente que não é simplesmente aprovar a melhor proposta de Reforma, porque há muito interesse de grupos políticos e de quem é o “dono” da proposta, por isso o melhor seria fazer uma junção de ideias. A reforma, segundo explanou, tem que ser simplificatória para resolver os problemas do País.

“Primeiro o brasileiro precisa saber quanto paga de imposto. Ninguém sabe”, frisou, explicando que é preciso mais transparência. Deve-se pensar em como reduzir a sonegação e tentar impedir que isso aconteça, pois hoje são cerca de R$ 500 bilhões sonegados ao ano. “Também tem que reduzir a máquina pública ou vão continuar produzindo imposto para sustentar um estado gigante e ineficiente”, disse. Para ela, só depois de uma reforma administrativa é que será possível realmente fazer uma reforma tributária arrojada, porque hoje o Brasil não tem dinheiro para investimentos. Ainda disse que de 159 estatais que dependem do Governo, nem dez dão lucro e o custo é bancado pelo cidadão.

Joice citou que há 40 anos Hauly fala sobre a Reforma e nada se concretizou, que não é algo fácil e por isso seu objetivo é flexibilizar para a mudança realmente acontecer. A realidade hoje é um País que paga muito imposto sobre alimento e remédio, o que ela considera desumano. A opinião dela é que teria que ser tributado pelo lucro da empresa - quanto maior lucro, mais imposto; se não tem lucro, não paga imposto.

 

Proposta do Haully
Luiz Carlos Hauly apresentou sua proposta de Reforma Tributária e contextualizou a situação do País. Disse que, com a crise internacional na década de 80, o país iniciou um processo muito ruim e anualmente a economia recuava. Diz que o mundo se desenvolveu e o Brasil ficou para trás, contra a média de crescimento.
O economista acredita que os problemas do País estão em impostos que nasceram errado, renúncia fiscal através de incentivo às empresas, dívida ativa, corrupção e burocracia. “Excesso de tributos mata as empresas. Nos EUA apenas 17% do imposto arrecadado é de consumo. No Brasil é quase 50%”, diz ele, que tem como proposta eliminar nove impostos e substituir por apenas um.

O objetivo, segundo ele, é simplificar. Uma das medidas seria utilizar tecnologia 5.0, em que o cidadão passa o cartão de crédito e no dia seguinte o valor do imposto já está na conta do Governo. O próprio aplicativo já calcularia o imposto a ser pago para que o cidadão tenha conhecimento. Ele ainda diz que o ideal é chegar em um imposto de 15% para o pobre, que hoje como todo cidadão paga 53% de imposto. Isso reduzindo impostos sobre consumo para aumentar poder aquisitivo. As propostas foram apresentadas e são alguns dos pontos que ainda serão discutidos na Câmara e no Senado.