A amamentação e doação de leite materno precisam ser incentivadas e podem salvar muitas vidas. Hospital do Rocio precisaria receber quase três vezes a quantidade de doações atuais.
Além de reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 05 anos, a amamentação materna também reduz casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. A informação é do Ministério da Saúde que reforça não apenas o aleitamento materno, como também a importância da doação de leite.
Há anos o Hospital do Rocio estimula a doação de leite materno, que salva muitas vidas de bebês prematuros internados. Apenas 1ml dado a cada três horas ao bebê já faz uma grande diferença e ajuda até com que não precise mais usar antibiótico em muitos casos, além de estimular o amadurecimento do intestino para começar a receber fórmula. Atualmente, o Hospital recebe cerca de 20 a 25 litros por mês de doação de leite materno, de cerca de 15 a 20 mulheres. Para atender a demanda de forma ideal, seria necessário pelo menos três vezes essa quantidade.
A nutricionista Camila Soares Augusto, do Hospital do Rocio, explica que o leite materno evita infecções durante a internação e pós-alta, evita alergias, intolerância ao leite animal, diminui o tempo de hospitalização, o bebê consegue ganhar peso mais rápido e previne infecções intestinais, além de estimular o desenvolvimento cognitivo, entre outros benefícios. Com o tempo, a conscientização da importância da doação tem aumentado. Também é importante o trabalho de orientação dessas mães para que não ocorra muito desperdício no aproveitamento desse leite doado, que precisa ser coletado seguindo padrões de higiene e serem bem conservados, por exemplo. A pasteurização do leite acontece no Hospital Evangélico. Informações pelo telefone (41) 3136-2613.
Campanha
Com o slogan Amamentação é a Base da Vida, a nova campanha de aleitamento, em alusão à Semana Mundial da Amamentação (1° a 7 de agosto), reforça a importância do leite materno para o desenvolvimento das crianças até 02 anos e exclusivo até os 06 meses de vida, orientação preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, é preciso incentivar a amamentação assim como a doação de leite também. “Quanto mais tempo as crianças são amamentadas, mais elas adquirem resistência às doenças. A mulher que amamenta tem benefícios para sua saúde. Peço que as mães além de amamentar, que também doe leite, que é fundamental para crianças que necessitam de leite materno. Estamos trabalhando para ampliar o número de salas de amamentação nas empresas e dentro dos nossos serviços de saúde”, destacou o ministro.
Entre as principais dificuldades para a amamentação exclusiva, atualmente, estão o posicionamento incorreto, insegurança quanto à quantidade de leite produzido, introdução de chupetas e mamadeiras, falta de apoio da família e retorno ao trabalho. Por este motivo, a campanha é um importante instrumento para sensibilizar a sociedade quanto aos benefícios do leite materno no desenvolvimento saudável da criança. Segundo OMS e Unicef, cerca de seis milhões de crianças são salvas a cada ano com o aumento de taxas da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.
A atriz Sheron Menezzes e o seu marido Saulo Bernard são os padrinhos da campanha, que reforça a importância do leite materno para o desenvolvimento e a proteção da criança até os dois primeiros anos de vida ou mais. “Amamentação é um assunto que precisa ser levado muito a sério. Eu amamentei até o sexto mês de forma exclusiva e pretendo continuar até os dois anos. A mulher não precisa ter vergonha de amamentar, pois além de ser importante para a formação do bebê é um ato de amor”, reforçou Sheron Menezzes.
No Brasil, 67,7% das crianças mamam na primeira hora de vida e a duração média do aleitamento exclusivo é de 54 dias. Aproximadamente 41% das crianças menores de seis meses tiveram alimentação exclusivamente por leito materno no país.