19/12/2013
Sabe-se que há uma “guerra” entre as mães que trabalham fora e as mães que ficam em casa. Este é um daqueles temas bem polêmicos que atormenta a vida de T-O-D-A-S as mães: trabalhar fora ou ficar em casa com as crianças? No Canadá não se usa o termo dona de casa, se diz “stay-at-home mom”, o que significa “mães que ficam em casa”. Esse termo ébem mais apropriado, visto que, mesmo significando a mesma coisa, expressa melhor a vontade de uma mãe em ficar com seus filhos ao invés de entregar a sua educação na mão de terceiros.
O objetivo dessa reflexão é trazer os pontos sensíveis dessa decisão para a mulher, pois sabemos que é gostoso demais ficar em casa cuidando de seu neném, curtindo cada novidade na vida dele(a) e que essa convivência entre mãe e filho é indiscutivelmente muito importante para a criança, mas nem tudo são flores. É bom avaliar as dificuldades dessa decisão para que a família não entre em descompasso. As questões levantadas abaixo servem para que os casais conversem sobre isso ao planejar os filhos e a logística da família, afinal, tudo que é acordado antes fica mais fácil de colocar em prática. Mas, absolutamente, não são questões que devem desencorajar as mulheres a ficar um período a mais em casa – excedente à licença maternidade. Sabemos da importância desse período para o desenvolvimento da criança. Diante do cenário exposto acima, vamos aos desafios da mãe que pretende ficar com seus filhos em casa:
Pode não fazer bem ao relacionamento. Pois a mãe que passa o dia ocupada com a criança tende a querer uns minutos para si quando o marido chega a casa.E o pobre do marido que está cansado precisa, muitas vezes, fazer um plantão noturno com a(s) criança(s).Essa situação pode, às vezes, gerar um mal estar entre o casal.Além disso, ser mãe que fica em casa dificulta o papo, as conversas entre o casal, já que os assuntos giram entre o filho, o banho, a alimentação, a escola, o que a criança fez no dia, o que ele fará amanhã e depois de amanhã. A vida de (somente) mãe gira muito em torno do universo infantil.
Diminui a renda do casal e a mulher se torna dependente do marido. Ter que dar satisfação do porque do creme para o rosto não é nada agradável. Hoje as mulheres são muito independentes financeiramente e essa fase pode não ser nada fácil. É preciso muita organização financeira e diálogo entre o casal. Saber que os dois terão que ceder é muito importante! Nessa fase, o dinheiro não é só marido, mas sim da família!
Pode desgastar emocionalmente a mulher.O primeiro ano deentrega (quando o neném nasce) é intenso e a mãe se dedica 100% ao prazer de ser mãe. Depois a rotina começa a ficar um pouco mais leve e a mãe pode começar a pensar em algumas questões pessoais e de carreira. Se a mulher sempre trabalhou, pode achar que somente cuidar de filho, limpar a casa, cozinhar,não a supre como pessoa, por dizer assim. Sabemos a mente do ser humano precisa de desafios, precisa de tempo para pensar, planejar, ter idéias e planos para o futuro.
Claro que há mães que optam por ficar em casa porque amam ou por que não tem outra opção. Esse é um jogo em que ninguém ganha por inteiro. Sabemos, também, que há mães que trabalham fora e que amariam poder ficar em casa com os filhos, assim como mães que ficam em casa se queixam de tédio, de não terem mais nada a fazer do que cuidar das crianças em tempo integral.
Quem está certa? Quem está errada?
Ninguém! - Cada mãe e cada família sabe o que funciona para si, mas para que essas questões sejam amenizadas, sugere-se que a mãe, que decide ficar em casa com os filhos, tenha alternativas para se ocupar com algo que lhe dê prazer e que gere uma graninha extra. Ter um hobby, um projeto ou uma ocupação que a permita focar em algo mais que a maternidade. Estudar, fazer trabalhos de “freelancer” e etc. Enfim, cuidar de sua vida de adulto enquanto fica o dia cuidando de crianças. Pois o tempo passa e os filhos crescem. Eles são criados para o mundo! E a mãe deve sempre pensar nela concomitantemente com os filhos!
