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Medos na Infância 19/09/2013

Medos na Infância 19/09/2013

19/09/2013

Recordo-me de ter muitos medos durante a infância. Medo de doenças, seres extraterrestres, espíritos, trovões e etc. Em cada fase de meu desenvolvimento havia um novo motivo para ter medo. Por vezes impedia até de meus pais dormirem antes que eu, mas isso nem sempre era possível e, desta forma, o escuro virava meu maior temor...

Hoje recebo pais que se preocupam com os medos exacerbados de seus pequeninos (às vezes nem são mais pequeninos). Questionam-me sobre a normalidade dentro de suas fantasias e aversões.
O medo é uma reação natural, quando nos encontramos em situações que podem tornar-se perigosas. O suor, o aumento do ritmo cardíaco e respiratório, a tensão muscular, etc., preparam-nos para reagir perante uma situação inesperada.

Até à idade de um ano, as crianças pequenas têm medo dos estímulos intensos e de tudo o que é desconhecido para elas, entre os 2 e os 4 anos surge o medo das trovoadas, dos animais e das catástrofes e essa também costuma ser a idade em que as crianças começam a ter medo do escuro. Já entre os 4 e os 6 anos aparece o medo dos monstros imaginários, como as bruxas e os fantasmas.

Para finalizar, entre os 9 e os 12 anos os medos distintos estão mais relacionados com as coisas do quotidiano, tais como os acidentes, as doenças, os conflitos com os pais, o insucesso escolar e etc.
Quando as crianças sentem medo ou temor de alguma coisa, reagem chorando ou gritando. Desta forma chamam a atenção dos adultos, que são os que se encarregarão de fazer frente a um possível perigo.Neste sentido, a reação dos pais é muito importante, tendo em vista que eles são o modelo a seguir.Assim, elas vêem que, diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, os adultos estão tranquilos. Vêem que não se trata de um perigo terrível porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reações proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.

Além disso, quando uma criança se sente atemorizada, devemos evitar rir dela ou do seu medo. Há que desdramatizar a situação. Não é indicado que se compará-la com outras crianças que não têm medo, nem falar diante de terceiros dos medos da criança e de como isso nos preocupa. Também não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme, nem ameaçá-la e lembrar-lhe do seu medo. Por fim, não temos que dar uma importância excessiva ao medo infantil, mas devemos respeitar o que a criança sente e evitar ridicularizá-la sozinha ou em frente de terceiros.