Sabado às 01 de Novembro de 2025 às 05:13:36
Opinião

O contraste entre dois estados

O contraste entre dois estados

Nestes últimos dias, o Brasil acompanhou a escalada da violência no Rio de Janeiro. Foram 119 mortes confirmadas até o fechamento desta edição (tarde de 30 de outubro) durante a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, sendo considerada a maior da história do estado. O episódio expôs, mais uma vez, a insegurança pública e a complexidade do combate ao crime organizado em um território onde comunidades inteiras vivem sob domínio de facções.
O governador Cláudio Castro, em coletiva de imprensa, chamou o momento de “duro golpe na criminalidade”, mas reconheceu que a guerra contra o crime não será vencida isoladamente. O apelo por união entre estados e o Governo Federal revela um país em que as políticas de segurança ainda carecem de integração real, planejamento de longo prazo, para que sejam alcançados resultados efetivos. 
Enquanto o Rio vive estes infelizes dias de tensão e medo, o Paraná está no contraponto, apresentando uma certa estabilidade e principalmente uma eficiência no enfrentamento à criminalidade. O mais recente balanço da Secretaria de Estado da Segurança Pública, divulgado no dia 29 de outubro, mesma data em que o país digeria tudo o que estava acontecendo na região Sudeste, mostra uma queda de 29% em solo paranaense nos casos de homicídios dolosos entre janeiro e setembro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Foram 865 casos neste ano, o menor número da série histórica iniciada em 2007. Outro dado relevante é o avanço na resolução dos crimes. Em 2024, 97% dos homicídios dolosos no Paraná foram solucionados, entre os melhores do mundo.
Esse resultado não é isolado, mas está sendo o reflexo de uma política de segurança baseada em inteligência, integração e investimento, como o próprio governo do estado defende e fez com que 286 dos 399 municípios paranaenses registraram nenhum ou apenas um homicídio doloso neste ano. Os números impressionam também no combate ao tráfico de drogas. Somente nos primeiros nove meses de 2025, as forças de segurança paranaenses retiraram de circulação 434 mil quilos de entorpecentes, um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume expressivo ganha ainda mais relevância ao considerar que o Paraná faz fronteira com o Paraguai e a Argentina.
Além da eficiência policial, o investimento em equipamentos, tecnologia e valorização das carreiras tem fortalecido o compromisso dos profissionais da segurança pública. Desde 2019, o orçamento da área no Paraná quase dobrou, saltando de R$ 3,8 bilhões para R$ 7 bilhões neste ano. Esse conjunto de ações não apenas reduz indicadores criminais, mas também transforma a percepção coletiva de segurança. Por aqui, em terras paranaenses, ainda é possível caminhar à noite, frequentar espaços públicos e conviver com tranquilidade — algo que, infelizmente, deixou de ser realidade em boa parte do território nacional.