Terça-feira às 06 de Maio de 2025 às 08:22:18
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Com comércio fechado, empresários enxergam oportunidade nas vendas digitais

Não há barreiras para o comércio digital, que pode vender desde eletrônicos até alimentos; especialista dá dicas de como aproveitar o momento

Com comércio fechado, empresários  enxergam oportunidade nas vendas digitais

O anúncio do fechamento de vários estabelecimentos comerciais causou revolta e preocupação a vários empresários campo-larguenses. Entretanto, houve leitores que buscaram a Redação para que um especialista falasse sobre a oportunidade das vendas digitais, que têm crescido muito nestes últimos meses. Com um comércio digital bem estabelecido, ganha o comerciante que terá mais um meio de vender seus produtos e também o consumidor, que pode escolher os produtos na comodidade de sua casa, sem acabar se expondo.

“O primeiro passo é realmente avaliar a possibilidade do serviço - hoje vemos quase todos os setores envolvidos, desde casas de frutas, açougues, mercados e outros - e iniciar de maneira efetiva, especialmente fazendo muita propaganda que o seu comércio está habilitado para fazer vendas desta forma. Sempre digo que a propaganda não deve ser vista como um gasto, mas como um investimento. Se você montar uma loja no meio do deserto, como os clientes chegarão lá, se não por meio de uma divulgação bem feita? É semelhante na internet, quando na verdade há um número muito grande de lojas virtuais e você precisa acabar se sobressaindo de alguma maneira”, explica Cláudio Gorresen Fricks, especialista em Marketing Digital.

Cláudio diz ainda que o proprietário precisa aproveitar a credibilidade que já conquistou com sua loja física e repassar para o meio digital, buscando sempre repassar informações corretas, com a maior agilidade possível. “Um dos segredos para vendas bem sucedidas são as descrições completas do produto e as informações corretas sobre o estoque do produto. Geralmente, há controle do que existe no estoque, mas há pouca especificação, como por exemplo venda de sapatos: em um site é preciso o controle de quantos pares há de determinado modelo e quais os seus tamanhos, para que o cliente não efetue a compra e o comerciante não tenha à disposição. A descrição conta muito, pois o cliente não está ali para verificar o tipo do tecido, as medidas que aquela roupa atende, por exemplo”, reforça.

Para a venda de alimentos, Cláudio conta que já percebeu que os clientes estão muito mais satisfeitos, pois há vários estabelecimentos, especialmente os que comercializam frutas, verduras, legumes e carnes, que têm bastante cuidado na escolha e isso soma pontos muito positivos. “Fidelize os clientes por meio da qualidade dos seus produtos, escolha com qualidade, se for algo pronto para comer, tente entregar na temperatura compatível, se preocupe desde a embalagem onde será armazenado. Há estratégias de enviar junto com um bilhete ou com algo escrito na caixa, para você se tornar próximo dele. Isso aumenta a sua credibilidade diante dos clientes e até faz com que ele publique o que foi recebido nas redes sociais, gerando assim a melhor publicidade que existe, que ainda é a recomendação de outro cliente”, aconselha.

Regionalização
Outro ponto bastante interessante é a ferramenta de regionalização oferecida pelo Google, que coloca o consumidor diante de opções próximas daquele produto procurado. A estratégia a ser adotada é cadastrar o maior número possível de produtos dentro do site para que a plataforma consiga encontrar maior variedade.

Isso faz com que o comerciante tenha a oportunidade de vender para a população de Campo Largo e também de toda a Região Metropolitana de Curitiba, que é formada por pouco mais de 3,2 milhões de pessoas. “O comércio digital abre muitas possibilidades. Quando um cliente encontra algo na região, de uma empresa com credibilidade e boas experiências de outros clientes, há uma probabilidade maior de efetivar a venda. Aí vem a parte do comerciante mesmo, dele conseguir garantir uma entrega rápida e eficaz, seja por meio de motoboy ou aplicativos de entrega, deixando o serviço ainda melhor”, diz.

O que não pode faltar?
A pesquisa “O futuro do consumo num cenário pós-covid-19” da Social Miner, realizada em parceria com a Opinion Box, divulgada no último dia 29 de junho, pelo site E-commerce Brasil mostrou alguns motivos do porquê a  satisfação de compra on-line dos usuários bateu 72%. Entre os motivos estão os bons preços e promoções, achou prático, prazo de entrega curto, valor de frete justo, recebeu suporte e bom atendimento, recebeu propaganda, encontrou produtos com facilidade e variedade, entre outros.

“Tenha um bom canal de atendimento, pode ser um chat ou um número de WhatsApp (que você atende em horário comercial e deixar isso bem explícito no site ou na rede social), manter as páginas atualizadas, um bom controle de estoque, bons comentários e relatos de experiências dos consumidores, além de informações bem claras e objetivas sobre o produto. Faça propaganda sempre”, ressalta. 

Se a vontade for comercializar via redes sociais, a atualização deve ser constante, aproveitando todos os recursos oferecidos pelas plataformas. Cláudio conta que no Facebook acabou caindo o engajamento orgânico, mas o Instagram continua sendo uma boa plataforma de divulgação e venda. Há opções de marketplaces em redes grandes como Americanas, Magazine Luiza e Submarino, por exemplo, onde o comerciante paga uma comissão para ter o espaço de divulgação - podendo ter também restrições de vendas de produtos. Nesse caso é preciso avaliar a viabilidade.

Comentários negativos,  como lidar?
Dentro do meio digital, há muito mais chances de pessoas fazerem reclamações, algumas até infundadas ou falsas e é preciso saber como resolvê-las de maneira adequada. “Sempre responder os comentários, sejam positivos ou negativos. Quando há comentário negativo, seja solícito, verifique o que aconteceu naquela situação específica. Se você errou, reconheça o erro, isso mostrará que é responsável pelas ações e proponha soluções”, finaliza.