Terça-feira às 06 de Maio de 2025 às 08:18:18
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Campo-larguense que comoveu a cidade com diagnóstico de leucemia recebe transplante

Em agosto do ano passado, a Folha contou a história da campo-larguense Ketlin Sant Helena, que recebeu o diagnóstico de Leucemia Mielogênica Aguda.

Campo-larguense que comoveu a cidade com diagnóstico de leucemia recebe transplante

Em agosto do ano passado, a Folha contou a história da campo-larguense Ketlin Sant Helena, que recebeu o diagnóstico de Leucemia Mielogênica Aguda. Além desta doença, a jovem também estava na época tratando de pneumonia e trombose. Para que Ketlin fosse curada, ela precisaria receber um transplante de medula óssea e, mesmo isso acontecendo somente no final do tratamento, ela já havia começado uma campanha para que pessoas se conscientizassem e doassem sangue e fizessem o cadastro para doador de medula óssea. O momento do transplante chegou.

Sobre o tratamento, em resumo ela contou que no mês de agosto de 2019 realizou a segunda quimioterapia do tratamento e pegou uma bactéria, ainda desconhecida pelos médicos. “Então fui para UTI, onde os médicos tiraram minha possibilidade de viver. Foi um baque, já que há pouco tinha perdido meu irmão - no ano passado ela o perdeu em um acidente doméstico. Então fui melhorando e graças a Deus fui para o quarto. Fiquei internada até final de outubro.”

Ela relembra que não pode terminar as outras quimioterapias pois a bactéria a debilitou muito,  então foi indicada ao transplante de medula óssea. “Fizemos testes com os familiares e para nosso espanto minha única irmã (viva) é 100% compatível, o que para os médicos já foi um milagre, pois isso é quase impossível, minha expectativa de vida foi aumentando e, vendo que estava tudo certo, me deu mais vontade de lutar”, diz.

O transplante
Ketlin conta que foi internada no primeiro domingo do mês de junho, quando foi colocado o catéter - essencial para o tratamento, pois por ali é feito o recebimento da medula, plaquetas, bolsas de sangue, medicamentos, retirada de sangue para exames. Na mesma semana do internamento ela começou a realizar as quimioterapias necessárias. Algumas delas a deixou bem debilitada, passando muito mal, mas entende que eram necessárias para o tratamento.

Na última terça ela recebeu a medula óssea e como sua irmã é 100% compatível, as chances do transplante darem certo são altas, com menor chance de rejeição. Foram seis horas de transfusão para o recebimento da medula óssea. Por ser um procedimento bastante delicado, quando o paciente fica com a imunidade zerada, Ketlin precisa ficar em isolamento, não pode receber visitas, com contato somente com médicos e enfermeiros. “Eu não tenho do que reclamar do tratamento que recebo aqui, eles cuidam 24 horas da gente, se preocupam com cada detalhe”, conta.

Ela só receberá alta após transcorridos entre 15 e 21 dias do recebimento da medula óssea, quando serão feitos exames para saber se a medula pegou. Ela precisará ter pelo menos 100 dias de acompanhamento médico. A irmã de Ketlin, Jheniffer, internou na segunda-feira (06), na terça-feira fez a doação e recebeu alta nessa quarta-feira.

Desafios e mudanças
“A parte mais difícil de todas é ficar sem meus três filhos, não poder vê-los. Deixar as coisas que eu gosto de fazer com a minha família, deixar o meu futebol de lado e ver o meu cabelo caindo foram os maiores desafios. Nesta quarta-feira eu tive que raspar meu cabelo novamente e é doloroso ter que fazer isso. Deus é a minha base, graças a Ele que tudo isso está acontecendo e tenho o apoio de muitas pessoas que sempre mandam mensagem, palavras de apoio. Eu estou bem confiante que eu já estou vencendo”, diz.

“Mudou tudo na minha vida. Minha forma de ver a vida, pensar e agir. Eu aproveito cada dia todas as oportunidades, estou aproveitando muito mais a minha família, meus filhos, meus amigos, tudo o que eu posso. Eu recebi uma nova chance de vida e neste momento recebo uma nova forma de ver a vida. Quero aproveitar tudo da melhor maneira possível e muito mais”, finaliza.