Sabado às 19 de Julho de 2025 às 10:17:48
Saúde

Inverno aumenta risco de meningite e vacinação se torna aliada fundamental

Com a chegada do inverno, os cuidados com doenças transmissíveis precisam ser redobrados, principalmente entre crianças.

Inverno aumenta risco de meningite e vacinação se torna aliada fundamental

Com a chegada do inverno, os cuidados com doenças transmissíveis precisam ser redobrados, principalmente entre crianças. A meningite, inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, é uma das infecções mais graves e que exige atenção imediata. A pediatra explica os principais sinais de alerta, formas de prevenção e o papel fundamental das vacinas.
Em 2025, até o mês de junho, o Brasil havia registrado 4.406 casos confirmados de meningite, sendo 1.731 do tipo bacteriana, 1.584 viral e 1.091 por outras causas ou tipos não identificados. 

De acordo com a médica pediatra Angelica Barrichello Torres Imroth, os sintomas mais comuns da meningite são febre alta e persistente, dor de cabeça intensa e vômitos. “Em crianças pequenas, a irritabilidade acompanhada de febre e vômitos pode ser um sinal importante, especialmente quando há abaulamento da fontanela, a popular ‘moleira’. Outro sinal de alerta são as petequias, manchas arroxeadas na pele que não desaparecem ao serem pressionadas com o dedo. Se a criança apresentar febre, vômitos e manchas na pele, é fundamental procurar atendimento médico o mais rápido possível.”

Ela ressalta que durante o outono e o inverno, a transmissão de vírus e bactérias se intensifica. Isso acontece porque as pessoas tendem a permanecer em ambientes fechados e pouco ventilados, então a falta de circulação de ar facilita a propagação dos agentes infecciosos. 
“Os sintomas das meningites virais e bacterianas são bastante semelhantes, mas o tratamento difere. Enquanto a meningite bacteriana exige o uso de antibióticos, a forma viral pode ser tratada com antivirais específicos, dependendo do tipo de vírus. A presença de petequias é mais comum na meningite bacteriana”, reforça a pediatra.

Importância da vacinação
Quando não é diagnosticada e tratada precocemente, a meningite pode deixar sequelas severas. Entre as complicações possíveis estão alterações motoras, comportamentais, convulsões, amputações e até paralisia cerebral. Em casos extremos, a doença pode levar à morte.

Por isso, Dra. Angélica destaca o papel essencial das vacinas na prevenção da meningite. “A introdução do reforço com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses de idade ampliou a proteção contra diferentes tipos de meningococo. Antes, a vacina protegia apenas contra o meningococo C. As vacinas são seguras, amplamente testadas e salvam vidas”, reforça a médica.

Em junho deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que começaria a ofertar a vacina meningocócica ACWY no SUS para crianças de doze meses. Em 2024, o Ministério da Saúde lançou as Diretrizes para o Enfrentamento das Meningites até 2030, elaboradas em parceria com a sociedade civil e com organismos nacionais e internacionais. O documento está alinhado ao esforço global conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate à meningite bacteriana.

No SUS, a vacina meningocócica ACWY era ofertada a adolescentes de 11 a 14 anos, em dose única ou como reforço, conforme o histórico vacinal. A ampliação para crianças de 12 meses, com a substituição da dose de reforço, está prevista na Nota Técnica nº 77/2025, que detalha os esquemas vacinais recomendados e orientações para aplicação da vacina. 

Crianças que já tomaram as duas doses da vacina meningocócica C e a dose de reforço não precisam receber a ACWY neste momento. Já aquelas que ainda não foram vacinadas aos 12 meses poderão receber a dose de reforço com a ACWY. Outras vacinas disponíveis no SUS como BCG, Penta e Pneumocócicas (10, 13 e 23-valente) também ajudam a proteger contra formas de meningite.

Além da vacinação, manter os ambientes bem ventilados, lavar as mãos com frequência e evitar aglomerações são medidas que ajudam a reduzir os riscos de infecção.