Terça-feira às 06 de Maio de 2025 às 07:49:52
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Mau cheiro de empresa ainda é questionado por moradores

Bebidas Zanlorenzi declara que já gastou mais de R$ 2 milhões para implantar tratamento com tecnologia japonesa, que agora foi concluído

Mau cheiro de empresa ainda é questionado por moradores

Nesta terça-feira (26), alguns moradores estavam reunidos na esquina da Rua Rui Barbosa com a Rua Francisco de Azevedo Macedo, onde estava sendo realizada uma obra. Sem saberem mais o que fazer para reclamar sobre o mau cheiro vindo da Bebidas Zanlorenzi, eles acompanharam esta obra e fizeram alguns registros.

Uma das moradoras contou à Folha que teve um deslocamento de manilha de água pluvial na segunda-feira e essa água da chuva começou a corroer o asfalto por baixo e rompeu. “A Secretaria de Obras veio abrir e verificou o rompimento na rede pluvial. Fiscal da Sanepar passou de manhã, verificou que a tubulação da Sanepar não está rompida, então era com a Prefeitura mesmo. A água estava com cheiro de esgoto”, contou.

Com a rua aberta para o conserto da galeria, outra moradora registrou um momento em que ao invés de água limpa passava uma água com coloração bem escura e com mau cheiro.  Com isso, falaram que essa água estaria vindo da empresa e por isso o cheiro é tão forte e abrange tantos lugares na cidade. Foi solicitado que coletassem o material, o que aconteceu em um ponto um pouco acima de onde foi realizada a obra, mas que segundo o diretor de Meio Ambiente é o mesmo cano.

Uma das reclamações foi para que a coleta acontecesse aonde viram a água de cor escura. Também detalharam que no mesmo dia tem variáveis da coloração e quando chamam para ver acabam não vindo na hora. Com esta obra que foi realizada, também aproveitaram para construir uma galeria para que pudesse ser coletada amostra da água com mais facilidade.

A moradora disse que respeita a empresa, a qual gera renda para o município, alimenta famílias e por isso não são contra a mesma, mas querem uma providência em relação ao cheiro que já não aguentam mais, pois já faz dois anos. Dizem que a situação é muito desagradável, sentem ardência nos olhos, garganta, também enjoo. “Já fizemos reclamações, ação no Ministério Público, Prefeitura deu atenção no caso, mas queremos solução. Queremos uma investigação do Meio Ambiente.”

A Folha entrou em contato com a assessoria da Prefeitura para pedir um posicionamento do Meio Ambiente e por nota informaram que: “A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, através da Diretoria de Meio Ambiente, informa que a Fiscalização Ambiental realizou da data de hoje ação conjunta com a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, para verificar possível lançamento de efluente na galeria pluvial, identificada na região da Vila Operária, próximo à BR 277.

Informamos que a partir das verificações e coletas realizadas na data de hoje, os pontos de lançamento continuarão sendo monitorados pela equipe de fiscalização ambiental e na sequência serão gerados os procedimentos administrativos cabíveis.
Concidentemente a Secretaria Municipal de Viação e Obras também estava realizando obras na galeria pluvial nas proximidades, na Rua Francisco de Azevedo Macedo esquina com a Rua Rui Barbosa. No entanto, a obra em questão não tem relação direta com o processo administrativo da fiscalização ambiental.”

Nota de esclarecimento da Bebidas Zanlorenzi

Em contato para saber explicações da empresa, a assessoria enviou nesta quarta-feira (27) uma nota, conforme segue na íntegra:

“A Bebidas Zanlorenzi vem a público esclarecer que concluiu a implantação de sua nova e moderna estação de tratamento de efluentes com a consequente desativação da estação anterior, estando aquela em fase de regulação do ambiente microbiológico, fatores que ainda podem gerar eventos pontuais de emissão de odor.

Ciente do desconforto gerado por tais emissões, alocou desde o início do projeto vultuosos recursos, além de robusta equipe de técnicos próprios e terceirizados e empresa especializada na instalação deste tipo de equipamento, para solução definitiva dos eventos.
Neste aspecto, é fundamental esclarecer que tais ocorrências têm causa justamente na solução buscada pela empresa para reduzir drasticamente os níveis de emissão de odor por meio da degradação orgânica dos efluentes em ambiente controlado, à base de sistema hermeticamente fechado, equipado com filtros de absorção de gases odoríferos, fator este preponderante para eliminação do cheiro no entorno da planta industrial.

No entanto, é salutar entender que o desenvolvimento e conclusão de um projeto de tamanha magnitude em meio a um ano impactado por severa crise mundial que, inclusive, determinou a suspensão provisória de algumas atividades, encontra fortes desafios.

Não obstante, um a um todos têm sido superados, tanto assim que chegou a etapa final com a inoculação de lodo técnico adquirido junto a Sanepar em condições microbiológicas próprias para que as reações químicas provocadas pela nova estação atinjam os resultados esperados para redução/eliminação de odor.

Destaca-se, ademais, que a substituição da Estação tem demandado um investimento que já supera R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e está sendo conduzido por empresa especializada no setor com a adoção de tecnologia japonesa e a observação de padrões internacionais para implantação deste tipo de equipamento.

Tamanho investimento revela a profunda preocupação desta empresa com a comunidade local, visto que a razão fundamental pela decisão de investimento e instalação da nova estação decorre justamente do compromisso da Zanlorenzi com a promoção do bem-estar, tanto de seus colaboradores como de seus vizinhos e conterrâneos.

É notório, aliás, que ao longo das últimas décadas esta empresa vem contribuindo para o crescimento da população do entorno e, consequentemente, para o desenvolvimento do bairro e isto não se limita simplesmente à geração de empregos e promoção de negócios diretos e indiretos que aqui se instalaram, mas também no investimento em ações socioambientais hábeis à promoção e melhoria da qualidade de vida local.

Ademais, é primordial esclarecer que esta empresa mantém e manterá suas portas abertas à comunidade local, ao diálogo e à transparência, além de permanecer sensível as ocorrências percebidas, pelo que reitera publicamente suas escusas por todo o desconforto gerado.

Finalmente, ratifica seu comprometimento com a comunidade local e com seus vizinhos, na busca incessante para fazer com que suas operações tragam o menor impacto possível à população, para que juntos colham as benesses do desenvolvimento sadio e sustentável em todos os aspectos.”