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Acicla se posiciona contrária ao novo decreto e está na luta para garantir que empresas possam voltar ao trabalho

“Nós entendemos o momento delicado pelo qual a sociedade passa e não estamos menosprezando, mas a transmissão do vírus não está nas empresas campo-larguenses”, explica Bruno Boaron, presidente da

Acicla se posiciona contrária ao novo decreto e está na luta para garantir que empresas possam voltar ao trabalho

“Nós entendemos o momento delicado pelo qual a sociedade passa e não estamos menosprezando, mas a transmissão do vírus não está nas empresas campo-larguenses”, explica Bruno Boaron, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Campo Largo -Acicla, à Folha de Campo Largo na manhã desta terça-feira (02). Desde a última sexta-feira (26), a Acicla está em constantes reuniões com o prefeito Maurício Rivabem. Nesta segunda-feira (01) foi realizada mais uma.

O presidente da Acicla explica que com muito custo os empresários – desde os pequenos aos maiores – investiram suas economias em adequações para atender às recomendações feitas durante o ano de 2020 para continuarem em pleno funcionamento. Entre eles, equipamentos de segurança para colaboradores, álcool em gel, além de conseguir resistir aos fechamentos que foram necessários durante o período.

“Não existe nenhum estudo que comprove que as infecções estão no comércio. As aglomerações continuam existindo nas festas clandestinas, nas reuniões de família durante o final de semana. Se passar agora pelo Centro haverá grupos de pessoas reunidas sem máscara. Nós fomos ‘pegos de surpresa’ e agora estamos lutando para conseguir trabalhar, está acontecendo um contrassenso”, diz.  “Dentro dessas reuniões nós conseguimos avanços, pedimos para que durante as abordagens, caso algum empresário tenha aberto seu estabelecimento por engano, a fiscalização o trate com humanidade, pois ele só está querendo trabalhar. Que sejam respeitadas as essencialidades dos estabelecimentos, ou seja, avaliado caso a caso a atividade a ser exercida pelo estabelecimento. As lojas podem trabalhar na modalidade de delivery ou os clientes podem passar buscar as mercadorias, assim como os restaurantes. Resultado de um diálogo, todos vamos ter que nos adaptar”, completa.

A Acicla também está em diálogo constante para que o lockdown não seja renovado e que a administração municipal apresente os anseios da população para o governo estadual durante as reuniões.

 

Urgência na ação

Embora essas ações aliviem um pouco a situação do comerciante local, há muitos outros pontos que podem prejudicar a saúde econômica local. “Não há um suporte para os empresários aguentarem o fechamento dos seus estabelecimentos, como da primeira vez. O governo ainda estuda as possibilidades, mas quando chegar, pode ser tarde demais. Nós temos IPTU, ISS e impostos estaduais para pagar e que subiram em 2021, além de todas as despesas do mês”, explica.

Bruno comenta que ainda não é possível mensurar o impacto econômico sobre as empresas campo-larguenses resultantes deste lockdown, entretanto, explicou que muitas empresas já gastaram economias que possuíam ou usaram o crédito durante o ano passado. “Temos muitas empresas sem crédito, que correm o risco de falir. Com a falência vem o desemprego, a depressão e o abalo econômico no município. A Economia envolve vários aspectos do município, inclusive a Saúde. Uma bola de neve”, reforça.

A Acicla também está verificando meios legais para auxiliar nesta situação. Bruno reforça que a Acicla continua aberta para atendimento dos empresários em caso de dúvidas - localizada na Rua Marechal Deodoro, nº 957 – Centro, telefone (41) 3392-4544 – atendimento de segunda a sexta-feira das 08h às 18h.

 

Posicionamento oficial

A Acicla publicou uma nota de posicionamento oficial em suas redes sociais: “A Associação Comercial e Empresarial de Campo Largo – Acicla, vem se posicionar contra o fechamento do comércio por parte do Governo do Estado do Paraná.

Exatamente um ano atrás, o governo nos pediu paciência diante de uma doença nova e desconhecida, apresentando como única solução o fechamento do comércio para dar tempo ao governo preparar os hospitais.

Após um ano, o Governo nada fez para se preparar, muito embora agora tenham pleno conhecimento de como a doença se comporta.

Nossos governantes não agiram durante os dois grandes feriados de ano novo e carnaval, deixando a situação dos hospitais agravar sem qualquer preparação ou planejamento.

Ainda, os governos optaram pelo aumento da carga tributária em cima dos cidadãos e do comércio, incidindo pesadas cobranças em um ano tão delicado. As cobranças de tributos atingiram níveis históricos em meio a maior crise dos últimos 100 anos.

Agora, diante da omissão de nossos governantes, o comércio paga a conta duas vezes, uma pelos tributos, outra pelo seu fechamento. É necessário agilizar a vacinação completa de nossa população e permitir que as famílias trabalhem.

O desemprego atingiu hoje a maior taxa desde 2012. A renda das famílias caiu a nível de fome. Não é aceitável que cobrem ferozmente da população e, ao mesmo tempo, determinem que o comércio feche para a sua inevitável falência. As famílias precisam trabalhar para o seu sustento. Assim, a Acicla exige que o Governo tome atitudes para que a população e o comércio não paguem a conta, mais uma vez, por omissões e más conduções do controle da pandemia.

 

Prefeitura de Campo Largo

A Folha procurou a Prefeitura de Campo Largo que enviou a seguinte nota por meio da Assessoria de Comunicação: "A reunião aconteceu entre Executivo, Legislativo e Acicla. Houve um entendimento, entre todos, de que Campo Largo precisa e continuará seguindo o Decreto Estadual. Além disso, foi demonstrada a preocupação de todos com o momento em que vivemos. A Acicla ponderou que o problema não são os comerciantes, mas as festas clandestinas e demais aglomerações. Diante disso, o Prefeito se disponibilizou em levar essa preocupação ao Governador do Estado e Assomec."