Em Campo Largo, a vacinação contra a Covid-19 está avançando para a faixa etária dos 60 anos. Quem possui mais de 70 anos já está vacinado e, em alguns casos, aguarda a segunda dose para ter o ciclo d
Em Campo Largo, a vacinação contra a Covid-19 está avançando para a faixa etária dos 60 anos. Quem possui mais de 70 anos já está vacinado e, em alguns casos, aguarda a segunda dose para ter o ciclo de imunização completo. Entretanto, é importante ressaltar que as medidas de prevenção e cuidado permanecem, e mesmo com a vacina, os familiares devem ficar atentos às mudanças repentinas de comportamento nos idosos de seu convívio.
“Vacinação é imprescindível, pois ela previne as formas graves da doença, mas ainda assim não impede que um idoso possa apresentar um quadro de Covid-19. Desde que a pandemia começou, nós tivemos centenas de milhares de vidas de idosos poupadas pelo belo cuidado que a sociedade desenvolveu em torno deles, os protegeu e se disponibilizou para ajudar em tarefas externas, como compras, pagar contas, entre outras situações. Isso evitou que o número de óbitos na terceira idade, que já foi bem alto, se tornasse ainda maior. Hoje, infelizmente, vemos essa onda atingindo pessoas mais novas, mas são justamente as que estão mais expostas e não podem ficar em um isolamento”, explica Dra. Valderez Parolin Teixeira, médica geriatra.
Embora na maior parte da população mais jovem a infecção pela Covid-19 se manifeste com febre, isso é pouco visto nos idosos. “Em geral, infecções provocadas por vírus e bactérias não causam febre nos pacientes da terceira idade. É muito mais comum que eles tenham sintomas mais velados, como delírios, tonturas, quedas, tosse mais fraca, palidez, deixem de comer, fraqueza e apresentem diarreia. Ao menor sinal de mudança de comportamento, a família, cuidador ou enfermeiro deve levar o idoso imediamente para atendimento médico. O médico irá avaliar e encaminhará para os exames necessários. É importante essa avaliação imediata para que o tratamento possa ser iniciado imediatamente e sejam evitados avanços da doença”, reforça.
Para casos de Covid-19, a Dra. Valderez comenta que além do exame para comprovação da doença, pede ainda uma tomografia pulmonar, para avaliar o estado geral do paciente.
Pacientes com comorbidades
A grande questão tem sido as comorbidades, que podem evoluir para casos graves quando há uma infecção de Covid-19. “A presença destes micro-organismos, sejam eles vírus ou bactérias no corpo de uma pessoa que já é idosa e tem comorbidades, pode trazer uma descompensação muito grande, o que leva a quadros graves, que necessitam de internamentos e UTI. Por isso é importante que o idoso esteja com a saúde equilibrada, pois mesmo com as comorbidades, é possível levar uma vida com saúde”, orienta.
Pessoas que possuem diagnósticos para diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares, como aterosclerose, desequilíbrios na pressão arterial, enfisema pulmonar, bronquite, asma, úlceras, gastrite, alterações nas funções renais e hepáticas, tumores que necessitem de controle ou câncer não devem deixar as consultas médicas e os exames de rotina para depois da pandemia.
“Somente o médico que acompanha aquele paciente poderá dizer qual a periodicidade das consultas, exames e tratamentos. É importante que a família fique atenta também para a polifarmácia, pois isso pode prejudicar a saúde do idoso. Vale a pena pedir uma revisão dos medicamentos e dos horários que estão sendo administrados para o médico, a fim de verificar se está sendo feito de maneira correta ou se algo precisa ser ajustado”, aconselha.
Família unida com o idoso
Embora o momento exija o isolamento social, isso não deve significar cortar relações com os idosos da família. “Os idosos hoje já são pessoas com mais de 70 a 75 anos, pois quem tem 60, 65 muitas vezes ainda trabalha, mora sozinho, possui uma vida independente. Nós precisamos estar conectados aos nossos idosos que precisam ficar em isolamento social para garantir sua saúde, pois uma boa imunidade também vem de você se sentir útil, de você ensinar e transmitir conhecimentos, conversar, do relacionamento com as pessoas. Se você não pode estar junto presencialmente, faça chamadas de vídeo, ligações, pergunte como está aquela pessoa querida. Sentir-se amado faz muito bem para a saúde e ajuda a prevenir a depressão, um mal que vem acometendo a sociedade como um todo, independente da idade”, finaliza.