O Governo do Paraná divulgou uma boa notícia nesta semana ligada à Segurança Pública. Nos últimos dez anos, o estado registrou uma queda significativa no número de homicídios de mulheres, conforme apontam os dados do Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O número de mulheres vítimas de mortes violentas no Paraná foi de 283 casos, que haviam sido registrados no ano de 2013, para 230 em 2023, levando a uma redução de 18,7%, ficando acima da média nacional, que registrou queda de 18,2%. Além disso, o estado foi o único da região Sul a registrar queda, visto que os vizinhos Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram, infelizmente, aumentos de 2,9% e 6,7%, respectivamente.
Embora seja um fato a ser comemorado, a violência contra a mulher e o número de feminicídios ainda preocupa quando estes ganham rostos e nomes. São filhas, mães, esposas, amigas, colegas de trabalho, vizinhas que deixam histórias incompletas e pessoas amadas, levadas por crimes que poderiam ser evitados.
Um aspecto fundamental destacado no estudo foi a questão racial na violência contra mulheres. Enquanto a população feminina negra representa 55,7% do total nacional, elas respondem por 68,9% dos homicídios de mulheres, evidenciando a vulnerabilidade dessa parcela da população. Isso evidencia uma luta dupla que cabe a toda a sociedade, tanto contra a violência contra a mulher, como também à discriminação. É necessário que as mulheres se sintam protegidas, independente de quem elas sejam ou de onde estejam dentro do nosso país.
Hoje no Paraná, inclusive em Campo Largo, há iniciativas importantes de combate à violência de gênero, em destaque está o programa Mulher Segura, coordenado pela Secretaria da Segurança Pública, que oferece capacitação a agentes públicos para o atendimento especializado às vítimas e promove campanhas de conscientização para a redução da violência doméstica. Segundo informações do Governo do Estado, além das capacitações, o Mulher Segura promove palestras educativas como “De homem para homem” e “Violência doméstica”, voltadas também para adolescentes, permitindo com que essa conscientização de combate à violência de gênero chegue mais cedo aos paranaenses, enfatizando e fortalecendo a criação de uma cultura de respeito e proteção às mulheres.
Essa conscientização constante da sociedade é, portanto, um elemento crucial para o combate à violência contra a mulher, pois, além de diminuir as chances de pessoas se tornarem agressores futuros, faz com que todos estejam atentos aos sinais de abuso e saibam que denunciar é um dever de cada cidadão. É a participação ativa da população no acionamento das autoridades que faz com que vidas sejam salvas nestes casos e que os agressores sejam responsabilizados, contribuindo para uma cultura de tolerância zero à violência e desigualdade.
Opinião
A segurança das mulheres está em nossas mãos
