20/01/2012
Porcelana Schmidt fecha fábrica de Mauá e traz a Decoração de volta para Campo Largo
20/01/2012
A Porcelana Schmidt está fechando a sua unidade de Mauá, São Paulo, e começa a trazer de volta para Campo Largo, o setor de Decoração (Decalque, Filete e Pintura), levado na década de 90. O anúncio foi feito na manhã desta Quinta-feira (19), pelo diretor presente da empresa, Nelson Lara, em reunião no escritório do advogado da empresa, Celso Teixeira, à qual compareceu também o prefeito de Campo Largo, Edson Basso.
A Schmidt transferiu o forno de queima de decoração, de Mauá para Campo Largo, no final do ano passado, já contratou cerca de 200 pessoas para o setor, metade antigos funcionários demitidos depois de 1994, quando o setor foi transferido para São Paulo. A previsão é que mais 50 sejam selecionadas nos próximos meses. A empresa está investindo cerca de seis milhões de reais, na aquisição de maquinário de envernizamento, inclusive a compra de um moderno forno Eurotec, Verniz, com capacidade para 1,2 milhão de peças e em melhorias na fábrica.
Boa notícia
Na reunião desta Quinta-feira, estavam presentes o presidente da Schmidt, Nelson Lara; o vice-presidente, Roberto Lang; o prefeito de Campo Largo, Edson Basso; o vice-prefeito, Dante Vanin e o secretário do Desenvolvimento Econômico, Valdemar Cequinel. Basso cumprimentou o presidente da Schmidt, e disse que o Município se sente honrado, com a escolha da empresa e a decisão de investir na ampliação da unidade de Campo Largo.
Economicamente, para o Município, a transferência da empresa é como se uma nova unidade fabril, de grande porte, se instalasse na cidade. Desde o início dos anos 90, toda a produção de Campo largo era transportada para São Paulo e faturada como produção naquela cidade. Campo Largo perdia praticamente todos os impostos, resultado do faturamento de cerca de R$ 7 a 8 milhões/mês, da Schmidt. O faturamento, agora, passa a ser feito em Campo Largo.
Basso colocou à disposição da empresa, o centro de Escolas de Cerâmica, recém inaugurada pela Prefeitura, para desenvolver os profissionais que a empresa necessitar.
Renato Lara disse que não era mais possível que a produção de porcelana de Campo Largo viajasse mais de 400 quilômetros para serem decoradas e, só depois, distribuídas aos clientes em todo o Brasil. A nova logística culminará em redução de gastos e agilidade na produção e entrega dos produtos.
Os mais de 350 funcionários de Mauá estão sendo gradativamente demitidos. Somente uns poucos, serão transferidos para Campo Largo. Os demais serão indicados pela empresa, para outras companhias instaladas em Mauá e região.
Os trabalhos realizados na cidade do Pomerode, Santa Catarina, serão mantidos e uma sede empresarial será inaugurada na cidade de São Paulo, no bairro do Jabaquara, proximidades do aeroporto de Congonhas, com 240m². Lá funcionarão o setor Comercial, Marketing e haverá um Showroom.
O terreno de Mauá, com mais de 70 mil metros², será vendido para uma construtora e o valor arrecadado, de aproximadamente R$ 40 milhões, será utilizado para pagamento de dívidas, inclusive trabalhista, e para investimentos em São Paulo e em CampoLargo.
No azul
Sob o comando de uma nova diretoria, desde setembro de 2010, a Schmidt caminha para o levantamento da recuperação judicial, a qual está submetida há quatro anos. Avanços significativos já foram realizados, como o pagamento de antigas dívidas com o mercado financeiro, fornecedores e colaboradores.
Pela primeira vez em 18 anos, a empresa teve geração de caixa positiva. Em setembro de 2010, o faturamento mensal era de 400 mil reais. Em novembro de 2011, chegou a oito milhões de reais e fechou o ano com receita de 75 milhões de reais. A expectativa é fechar 2012 com faturamento de 120 milhões de reais.
Marca
Nelson Lara disse que a Marca Schmidt é muito valiosa e que, em breve, a empresa vai colocá-la em outros produtos de utilidade doméstica, como talheres, por exemplo. “A marca Schmidt, hoje, só perde para a Tramontina. O filho do proprietário de uma indústria de talheres, de São Paulo, que muito nos ajudou nesse período de recuperação, está trazendo os seus produtos, para receber a marca Schmidt, talvez os talheres sejam os primeiros”, explicou.
A Schmidt tem 43 representantes em todo o País, além de três lojas. A loja da fábrica, em Campo Largo, está sendo terceirizada. O empresário Valmir Kuklik, muito conhecido no setor de cerâmica e porcelana em Campo Largo, está assumindo a administração da loja.