Não separar o lixo impacta de forma direta o meio ambiente. Nesta época do ano aumenta a produção
de lixo e com isso a necessidade de reciclagem.
14/01/2016
Não é de hoje que a preocupação com o meio ambiente envolve a destinação do lixo produzido pelos habitantes de uma cidade. A separação dos resíduos deve começar dentro de casa, desde a educação das crianças, para criarem hábitos conscientes e responsáveis, com foco na sustentabilidade.
A bióloga da Secretaria do Meio Ambiente, Walquiria Brusamolin, explica que essa medida traz benefícios em três etapas: ambiental, social e econômica. “A importância de separar o lixo está na questão ambiental, porque deixa de mandar resíduos para aterro sanitário; a social, pois aqui na nossa cidade esse material reciclável reverte em recurso para famílias de baixa renda, como de catadores de materiais recicláveis. E também, a questão econômica, já que separando o lixo o aterro passa a ter uma vida útil maior”, explica.
A dona de casa Ivanir Paulart (56) conta que a separação é um hábito comum na sua residência, que ela aprendeu desde a infância. “Na minha casa era comum reaproveitar potes e garrafas. Acredito que foi a minha mania de organização que faz com que eu separe sempre o lixo”, afirma. Ela destina o lixo de cozinha, como restos de comida e cascas para alimentar a criação de galinhas que tem em casa e reforça que a ideia de compostagem deveria ser aplicada em mais casas. “Nós sempre utilizamos o resto de comida e cascas para formar adubo para as plantas e alimentar as galinhas que criamos aqui. Mais pessoas poderiam fazer isso, pois é algo simples. Hoje, as pessoas precisam aprender a reutilizar mais e desperdiçar menos”, finaliza.
É nos meses entre dezembro, janeiro e fevereiro que são gerados maiores volumes de lixo, seja por causa de férias ou festas de final de ano, então aumenta ainda mais a necessidade da participação pública na reciclagem. Walquiria esclarece que hoje o país conta com a Política Nacional de Resíduos, que responsabiliza cada um pelo lixo gerado, sendo passivo de punição àquele que não separar. “Hoje a Política Nacional de Resíduos, que é uma lei federal, diz que existe uma responsabilidade compartilhada. O consumidor é responsável pelos resíduos dele e tem obrigação de dar o destino ambientalmente correto. Na cidade tem a coleta seletiva e coleta especial. Se alguém denunciar, nós temos mecanismos e ferramentas para punir aquele indivíduo até mesmo com multa, por se tratar de um crime ambiental”.
Atualmente, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em Campo Largo são coletados por mês cerca de 1.651 toneladas de lixo convencional e 253,43 toneladas na coleta seletiva, tendo uma taxa de reciclagem de 15%, valor acima da média estadual. O lixo convencional recolhido no município é depositado no aterro sanitário Estre Ambiental em Fazenda Rio Grande e os recicláveis ficam ao encargo de quatro associações nos bairros Águas Claras, Gorski, Itaqui e Rivabem.
Não confunda
Há materiais que são colocados para a reciclagem, mas que não pertencem à coleta seletiva, como por exemplo roupas, calçados, espelhos, ursos de pelúcia, fotografias, papéis plastificados, adesivos, borracha, clipes e grampos de papel, papel carbono, papéis sujos ou amassados, CD’s, cabos de panelas, pilhas e baterias, tomadas, eletrônicos e eletrodomésticos, celulares, lâmpadas, cêramicas, porcelanas, cristais, madeira, espuma, esponjas de aço, canos, carpete, couro e guardanapos. Caso você coloque esses materiais para a coleta, há grandes chances de eles não receberem a destinação correta e acabarem em aterros sanitários, que levarão longos anos para decompor.
Há pontos específicos na cidade para coleta de resíduos especiais. Há mercados na cidade em que são recolhidos óleos de cozinha já utilizados e no Condor, por exemplo, ainda recolhem pilhas e lâmpadas fluorescentes queimadas. Na Eletrobala também são recolhidas as lâmpadas fluorescentes. Os postos de combustíveis são responsáveis pelas embalagens de óleos lubrificantes para motores. Em postos de saúde e na farmácia Callfarma estão os estandes para recolhimento de remédios vencidos e sobras. É importante lembrar que os remédios não podem ser jogados nos ralos da casa, já que podem contaminar a água e não devem ir para o lixo reciclável frascos vazios, seringas ou embalagens de soro, pois podem estar contaminados.
Os aparelhos eletrônicos podem ser levados até as associações de coleta de resíduos seletivos. “Nós ainda não conseguimos fazer com que fabricantes instalem pontos de coleta de lixo eletrônico na cidade, mas as associações estão recebendo esse material. Se o eletrodoméstico for muito grande, como uma geladeira, por exemplo, é possível agendar a coleta”, conta Walquiria.
Vidros espelhados, insufilmados ou espelhos em grandes quantidades devem ter destinação correta. Caso o cidadão tenha para descarte algo do gênero, poderá entrar em contato com vidraçarias para o recolhimento. Mais informações em 0800-645-0506.