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Orientação vocacional

Orientação vocacional auxilia na decisão mais difícil da vida estudantil. A primeira dúvida que surge nesse período é a escolha de qual carreira seguir.

Orientação vocacional

15/01/2016

O ano de quem vai prestar vestibular deve ser organizado desde agora, principalmente quando o estudante ainda não tem definido qual carreira seguir. A decisão mais importante, muitas vezes, é tomada de forma equivocada e pode refletir em toda a vida profissional. Especialistas aconselham que o vestibulando se prepare desde já, para que a ansiedade e a dúvida não tomem conta na hora da prova.

A primeira dúvida que surge nesse período é a escolha de qual carreira seguir. A psicóloga Elenice Bonato Radulski conta que essa dificuldade surge da imaturidade para saber exatamente o que quer fazer, além da influência familiar na hora da definição. “O jovem ainda está em uma fase de transição de personalidade. Muitas vezes os pais sonham uma profissão para os filhos e querem que ele faça algo que não corresponde à sua personalidade”, explica. Segundo ela, o ideal seria fazer o vestibular quando tivesse próximo de 20 anos de idade, pois é quando o jovem está mais maduro e já sabe o que quer.

Ademilson Leandro Gato, professor do 3º ano dos Colégios Estaduais Desembargador Clotário Portugal e Sagrada Família, diz que em suas aulas costuma dar conselhos aos alunos para esperarem um pouco e então começarem a faculdade. “Não existe uma regra que ao terminar o terceiro ano do Ensino Médio os alunos têm que imediatamente entrar na universidade, são muito jovens e naturalmente imaturos. Muitas vezes aconselho aos meus alunos indecisos que descansem ao terminarem o terceiro ano e depois reflitam sobre o que querem da vida”, conta.

Foi isso que Danieli Torquato (17) fez ao terminar o Ensino Médio no ano passado. “Preferi dar esse tempo porque acredito que a escola não nos prepara para entrar em uma faculdade, em questão de conteúdo ou psicológico. É bom dar esse tempo para definir o que a gente realmente quer”, diz.

Elenice comenta que as escolas de Ensino Médio deveriam oferecer aos alunos ajuda profissional para escolherem o curso que será seguido, porque muitos não possuem acesso a esse atendimento. Ao ofertar o teste vocacional com o auxílio de um especialista, o estudante terá mais segurança ao optar por um curso que se encaixe na sua personalidade. Para Ademilson, o atendimento psicológico não deveria acontecer apenas nos anos finais do ensino médio, mas em toda a vida escolar.

Para aqueles que planejam buscar a ajuda de um profissional, a psicóloga orienta a iniciar o processo no início do ano, já que é preciso de no mínimo cinco sessões de acompanhamento que abordam temas como a personalidade daquele que prestará o vestibular, o diálogo com os pais para entender como é o ambiente familiar, o nível de intelecto e entender quais são as expectativas dele para a sua profissão no futuro. Após isso é aplicado o teste que apontará uma das áreas do conhecimento – Humanas, Exatas e Biológicas.

Laysla Gulicz (foto), aprovada em Medicina na Universidade Federal do Paraná em 2013, conta que mesmo tendo desde pequena o sonho de ser tornar médica, fez o teste vocacional em 2007, quando prestou o vestibular pela primeira vez, para ver em qual área ela se encaixava. “Foi com uma psicóloga, que não chegou a me dizer: ‘é isso’. Ela foi me direcionando e me fez enxergar qual curso seria. Ficou bem voltado para área de saúde e eu optei pela Medicina. Minha mãe adotiva morreu de aneurisma cerebral quando eu tinha 03 anos, talvez seja uma tentativa de salvar ela em outras pessoas, no futuro”, conta.

Ela ainda conta que estudava cerca de oito horas por dia e, que apesar do seu ingresso na faculdade ser tardio, sempre teve apoio da família. “Nunca tive algum tipo de pressão ou cobrança. A gente já se cobra demais, não precisa uma carga extra. Sem o apoio da minha família, tanto emocional quanto financeiro, eu não teria conseguido”, diz.

Para a psicóloga Elenice, o apoio da família é essencial na hora da escolha, pois ajuda a combater sentimentos como ansiedade, angústia e dúvida. “O jovem está terminando o ensino médio e já tem que escolher o que quer fazer, muitas vezes só pra não perder o vestibular. O apoio da família e o diálogo são imprescindíveis nesse momento”, indica.

Não deixe para a última hora
Escolher o curso às pressas, sem um conhecimento prévio, pode ser arriscado, fazendo com que o acadêmico fique desapontado ou desiludido com o curso. A psicóloga orienta que, nesses casos, o aluno deve repensar a escolha que ele fez. “Se o jovem está cursando algo que não deu certo, deveria parar e rever a área que ele se identifica. O pior é quando ele é forçado a fazer o que não quer só por causa do investimento que a família fez. As chances de se tornar um profissional frustrado, infeliz com aquilo que faz, são muito grandes”, alerta a psicóloga.

O professor Ademilson dá alguns conselhos para quem irá prestar vestibular esse ano. “Recomendo muita leitura dos diversos veículos de comunicação, uma boa conversa com um profissional que já atua na área em que pretende seguir no futuro, sono em dia, diálogo em família, algumas horas para estudo ou o investimento em um cursinho preparatório, seja ele gratuito ou não”, orienta.