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Dislexia

A dislexia é um transtorno de aprendizagem, herdado geneticamente e que afeta a decodificação de letras e compromete a capacidade de leitura, escrita e compreensão.

Dislexia

07/10/2016

Colaboração Caroline Paulart supervisão Danielli Artigas

 

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, herdado geneticamente e que afeta a decodificação de letras e compromete a capacidade de leitura, escrita e compreensão. Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 15% da população possui o transtorno, que afeta em sua maioria o sexo masculino.

Segundo a psicopedagoga Joyce Mendes, a dislexia é diagnosticada durante a alfabetização da criança, ainda nos primeiros anos de ensino fundamental, e se não diagnosticada corretamente, pode causar prejuízos na alfabetização, pois muitas vezes a criança não consegue acompanhar o ritmo das demais.

“Há um atraso considerável do individuo em relação às crianças da mesma idade para ler, escrever, soletrar interpretar. Além disso, ela pode apresentar dificuldades como trocas e omissões na escrita em palavras com fonemas acusticamente semelhantes, por exemplo, p/b – f/v – t/d – m/n. Nem sempre a dislexia está associada a dificuldade em outras disciplinas, há um atraso no desenvolvimento da fala durante a primeira infância, imaturidade fonológica, dificuldade em realizar rimas e dificuldades temporais – espaciais, esquema corporal e lateralidade.”

Além disso, a dislexia pode provocar alterações de fala, dificuldade e imaturidade fonológica (pronúncia de sons), inversão de sílabas na leitura e prejuízos na memorização, pois se trata de pessoas muito esquecidas e desatentas.

A dislexia não tem cura, portanto, o transtorno acompanhará por toda a vida adulta. O indivíduo que tem a dislexia se orientar por processos alternativos de tratamento para lidar com a dificuldade. “É necessário um acompanhamento por uma equipe multidisciplinar de profissionais especializados e habilitados composta por neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos e psicólogos, para que o problema possa ser amenizado”, recomenda a psicopedagoga.

A psicopedagoga destaca que nem sempre uma criança que possui dificuldade de escrita tem dislexia. “É necessário termos clareza e investigar todas as hipóteses com cautela, a fim de descartar possíveis alterações sensoriais ou mentais que justifiquem as necessidades apresentadas. Para identificar o transtorno são aplicados testes de leitura e escrita, além de análise de fatores emocionais e neurológicos”, explica.

A dislexia pode estar associada a outros transtornos, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), entretanto, não é regra. “O TDAH e a dislexia podem estar associados em alguns casos, já que os disléxicos também apresentam características semelhantes, tais como desorganização, falta de atenção, dificuldades de concentração e memória. No entanto é necessário que se analise com muito cuidado ambos os fatores trabalhando com uma analise qualitativa e quantitativa através de informações do percurso histórico da criança com o auxílio dos familiares e dos demais profissionais, antes de garantir a possível associação, pois cerca de 60% dos casos se manifestam isolados”, esclarece Joyce.

Disléxicos e o segundo idioma
A recomendação da especialista é que pessoas que possuem o transtorno procurem focar somente no idioma materno, porém, não é impossível aprender uma segunda língua. “Acredito que este transtorno dificulta, mas não impossibilita a criança a aprender um segundo idioma, desde de que o aprendizado ocorra de forma mais branda e lúdica, pois certamente a criança compreenderá a pronúncia, sendo na maioria das vezes nestes casos seu bloqueio estará centrado mais no processo escrito. Sendo assim não estaremos privando esta criança/adolescente dos possíveis benefícios que possam estar associados à aquisição de um segundo idioma”, finaliza.