No total, os amigos passaram por 80 cidades, dois estados brasileiros, cinco províncias argentinas e dois países (Brasil e Argentina). Um dos viajantes relata a experiência e confirma elaborar mais viagens desse estilo
Às 7h do dia 28 de abril, os amigos Tiago Beber e Marcos Bobrik seguiram com suas bicicletas em direção a Buenos Aires, em uma aventura que duraria 2.200 km, para percorrer em 14 dias.
A Folha de Campo Largo conversou com Tiago, que retornou na tarde desta quinta-feira (17) para Campo Largo, e contou como foi fazer essa viagem de bicicleta. “Tudo começou na verdade por parte do meu amigo, Marcos, que estava planejando há um certo tempo. Eu fiquei sabendo e decidi me aventurar junto com ele. Nós sentamos e planejamos todo o roteiro, sempre com o planejamento de rodar entre 140 e 200 quilômetros por dia de bike.”
Tiago conta que Marcos e ele já possuem experiência em fazer grandes percursos de bicicleta, e esse preparo já ajudou bastante para encarar esse desafio. “Não realizamos nenhum treino específico para poder fazer a viagem, apenas alguns dias anteriores à viagem nós decidimos fazer percursos maiores com a bicicleta para poder já acostumar a musculatura. Nós procuramos nos hidratar muito durante a viagem, nos alimentar bem e descansar bastante. Dormíamos cedo e acordávamos cedo também para poder seguir a viagem. Por motivos de segurança evitamos ao máximo pedalar à noite, então, ao cair da tarde já procuramos locais para a hospedagem”, relembra.
Por mais que a viagem exigisse um alto rendimento físico, Tiago conta que o preparo psicológico também foi de extrema importância. “Não tinha tempo para preguiça. Teve um dia que ao amanhecer estava chovendo, mas não tinha como ficar ali no hotel. Tinha que seguir com o objetivo para cumprir a meta, então vai na chuva mesmo. Apesar de ter ido com um amigo meu, é preciso driblar também a saudade de casa, da família. Não tinha tempo de ficar conversando por telefone, tinha momentos que era você, a bike e a paisagem. É preciso gostar da sua própria companhia também”, diz.
O ciclista contou que em alguns trechos só havia estrada, com baixo movimento. Relembra que Marcos e ele chegaram a pedalar mais de 50 km sem ver ninguém, somente a paisagem. “O bom é poder admirar de uma forma diferente do que se estivesse de carro, ônibus ou avião. Além disso tivemos mais contato com as pessoas que moravam em cidades pequenas. Descobrimos, inclusive, que em alguns lugares é comum as pessoas tirarem uma sesta logo após o almoço. O comércio fecha às 13h e volta só depois das 16h. É uma prática pouco comum aqui”, conta.
O único imprevisto que aconteceu durante a viagem foi na travessia do Rio Paraná, em Rosário - Argentina, que não poderia ser atravessado de bicicleta. “Foi um casal que fizemos amizade no percurso que nos alertou. Eles também estavam viajando de bicicleta e contaram que lá era proibido atravessar a ponte de bicicleta, então nos obrigamos a pegar um ônibus coletivo para fazer a travessia”, recorda Tiago.
No total, os amigos passaram por 80 cidades, dois estados brasileiros, cinco províncias argentinas e dois países (Brasil e Argentina). Ao longo do caminho o pneu precisou ser trocado três vezes. Os amigos levaram suas roupas e pertences pessoais em alforjes acoplados nas bicicletas, e tinham roupas limpas e térmicas para pedalar e também roupas comuns do dia a dia, tudo bem leve e básico. “Foi uma experiência enriquecedora, com certeza no futuro planejaremos mais viagens como essa, com destinos diferentes”, finaliza.